Nampula (IKWELI) – Os moradores do distrito de Rapale, na província de Nampula, vivem momentos de desespero devido à insuficiência de água potável, uma situação que tem afectado severamente o seu quotidiano.
A escassez prolongada tem obrigado muitas famílias a recorrer a fontes alternativas e inseguras para garantir o consumo diário.
De acordo com os populares, o problema é do conhecimento das autoridades locais, porém, até ao momento, não se registam acções concretas para resolver a situação.
Em contacto com o Ikweli, os residentes apelaram ao governo e as entidades responsáveis para que tomem medidas urgentes no sentido de garantir o abastecimento de água e aliviar o sofrimento da população que, segundo afirmam, “está a morrer de sede”.
“Nós estamos a passar mal por falta de água aqui no bairro de Namirawa-B e muitos bairros do distrito, em algumas partes havia furos de água, mas são antigos e já secaram, não há mais nada. Esse problema prejudica-nos muito. Alguns de nós saímos de casa as três horas da manhã para entrar na fila da água e só regressamos por volta das 13 horas com apenas um balde. Pedimos ao governo que nos ajude, porque estamos a sofrer bastante com a falta de água aqui em Rapale,” contou Verónica Calisto.
Outra residente é Clara Vasco, que partilhou um momento triste da sua vida, relatando que “por falta de água, uma noite estava em casa sem nada e, de repente, a minha filha adoeceu e desmaiou. Fiquei sem saber o que fazer, porque pensei logo que, de madrugada, teria de procurar água. Desde então percebi, sem dúvida, que a água é muito importante, por isso, o governo do distrito deve resolver este problema o mais rápido possível, para que, pelo menos, cada bairro tenha um furo de água.”
A administradora do distrito de Rapale, Maria Noventa Victor, reconheceu as dificuldades enfrentadas pela população e assegurou que estão em curso acções e planos concretos visando melhorar o abastecimento de água e reduzir o sofrimento das comunidades afetadas.
“A localidade de Tchaiane, Muterua, Naphome e outras carecem efetivamente de água. Já identificámos essas zonas, fizemos o levantamento e encaminhamos a informação para a província. Esperamos que, brevemente, tenhamos uma resposta capaz de satisfazer as necessidades das nossas comunidades,” explicou a dirigente.
Enquanto aguardam por soluções, os residentes continuam a enfrentar longas caminhadas e filas intermináveis em busca de um pouco de água para o consumo doméstico. (Malito João)






