Nampula (IKWELI) – O Conselho Empresarial Provincial de Nampula (CEP/CTA) marcou presença nesta quinta-feira (23) na 7ª Edição da Feira Anual de Gemas de Nampula (FAGENA), onde aproveitou denunciar a distruição de 70% de empresas mineiras na província.
A feira realizada sob o lema “FAGENA, em prol da mineração sustentável e promoção do desenvolvimento socioeconómico do país,” serviu igualmente como um espaço de reflexão de vários intervenientes que operam na área mineira.
Durante o evento, o Hélio Mualeia, do CEP/CTA destacou a feira como um espaço crucial de partilha de experiências, inovação e fortalecimento das relações entre o sector privado, académico e institucional.
No entanto, ele aproveitou a ocasião para manifestar preocupação com a situação actual do sector mineiro em Nampula, fortemente afectado pelas recentes manifestações violentas.
Mualeia revelou que cerca de 70% das empresas mineiras foram destruídas quase por completo, e, embora a vida nas cidades comece a normalizar, persistem invasões e focos de instabilidade nas zonas de exploração.
A fonte lamentou o “total desamparo” dos operadores por parte das entidades governamentais que tutelam o sector, apontando o cadastro mineiro como um dos principais obstáculos administrativos. “O processo só tem solução se cada um fizer pelos seus próprios caminhos. Mesmo cumprindo a lei, a resposta é o silêncio,” denunciou, acrescentando que “essa situação força muitos empresários a recorrerem a meios informais para resolver pendências.”
Hélio Mualeia acrescentou ainda que ser operador mineiro na província de Nampula é um grande desafio, pois exige investimento elevado, paciência e resiliência num contexto legal e económico adverso. “Quem é operador mineiro já nasce com multa no IGREME, extorsão nas estradas e uma carta de aviso de cancelamento de licença,” afirmou, sublinhando que a sociedade, muitas vezes, ignora os custos e os riscos enfrentados pelos investidores do setor.
No fim, o Conselho Empresarial Provincial de Nampula reiterou o seu compromisso em defender os interesses dos operadores mineiros e apoiar as autoridades na busca de soluções que garantam estabilidade e confiança aos investidores. “Queremos fazer o investidor voltar a acreditar que Nampula é possível”, concluiu
(Malito João)






