Nampula (IKWELI) – O governador de Nampula, Eduardo Mariamo Abdula, apelou na tarde desta sexta-feira (5), aos muçulmanos da mesquita Fadlil-Cur’an, no distrito de Nampula, a denunciarem actos de corrupção, por entender que tais práticas minam o desenvolvimento da província.
Abdula fez estas declarações momentos depois da inauguração de um Centro Educacional, situado na zona 22 de Agosto, no bairro de Muahivire.
O dirigente, que preferiu inicialmente participar do Jumu’ah, reiterou a sua humildade, afirmando que não existem protocolos no seu gabinete para qualquer tipo de conversa ou denúncia de corrupção.
“Na minha governação tenho uma equipa jovem, alguns saem do distrito de Nacala, outros daqui da cidade de Nampula, me prometeram que vamos trabalhar e alguns fazem cinco sualates. Então, esperamos trabalho, e nós como governo já mostramos a todos que não temos protocolo. Não é difícil falar com o governador da província de Nampula, porque o governador encontra-se nos mercados, encontra-se nos cafés, encontra-se em qualquer lado e em qualquer lugar. O governador está disposto a ouvir qualquer pessoa que queira falar. Nas sextas-feiras procurem onde o governador vai rezar, então não tenham medo de falar comigo. Se há uma situação para denunciar de corrupção, por favor, por favor, peço em nome de Deus, digam, porque nós não queremos atrasar o desenvolvimento desta província. E vocês devem me apoiar, eu sozinho não sou nada”.
O governante sublinhou que a inauguração daquele Centro Educacional poderá contribuir para o bem-estar da comunidade, por estar próximo a uma mesquita, reforçando a importância dos fiéis pedirem a Deus pelas suas súplicas.
“Laicidade significa partilhar e respeitar as religiões. Por isso, hoje o governo da província de Nampula tem muçulmanos e cristãos, todos fazem parte deste governo. Isso é que se chama inclusão, nós estamos a governar a província de Nampula, quer dizer, estamos juntos, de braços dados, para desenvolvermos a nossa província, tenho dito sempre nos meus discursos: o desenvolvimento desta província não depende apenas de uma religião, de um partido político ou de uma etnia, o desenvolvimento desta província depende de cada um de nós, que somos residentes ou mesmo não residentes, mas que temos amor pelo povo moçambicano e pela província de Nampula.”
Ao se referir à inauguração do centro, Eduardo Mariamo Abdula destacou que a obra representa mais do que a abertura de um edifício.
“Não representa apenas a abertura de um edifício, mas a abertura de caminhos espirituais para disciplina, convivência e paz. Essa casa que inauguramos hoje tem esta responsabilidade: caminhos que irão guiar gerações inteiras de jovens e de fiéis a viver com mais sabedoria, mais responsabilidade e mais fé.” (Malito João)
