Nampula (IKWELI) – Os médicos afectos a maior unidade sanitária do norte de Moçambique, Hospital Central de Nampula (HCN), ameaçam paralisar o atendimento extraordinário a partir das 15h30 do dia 01 de julho, como forma de exigirem os pagamentos das horas extras.
Trata-se de todos médicos residentes, de clínica geral, médicos em fase de especialização, assim como outros que apoiam a causa que já somam 18 meses sem seus ordenados. Ou seja, de Janeiro à Dezembro de 2024, bem como de Janeiro à essa parte do presente ano, as horas extras não foram pagas.
Por conta desta situação, ponderam não disponibilizar seus serviços durante a tarde, noite, fins de semanas e feriados.
Em entrevista ao Ikweli, o médico residente em Pediatria no HCN, Carlitos Lino, disse que o trabalho realizado depois das 15h30, que é o horário normal de trabalho na Função pública, não poderá mais ser efectuado por estes até que o governo regularize a situação.
Lino deixou claro não se tratar de uma greve, mas sim de uma paralisação das actividades, garantido os serviços apenas no horário normal das 07h30 às 15h30.
“Não se trata de uma greve. O que não vamos fazer é um trabalho que não nos é pago. Agora, pelo trabalho que nos é pago iremos trabalhar. Foi uma decisão muito difícil de tomar neste momento, porque o nosso maior valor é a vida, a nossa função é salvar vidas. Mas vamos garantir atendimento normalmente das 7:30 às 15:30.”
A fonte afirmou ainda que houve sentadas com a direcção local, e até chegaram a pedir subsídio às finanças bem como ao Secretário de Estado da província, mas não tiveram resultados satisfatórios.
“Não tivemos uma solução, é por isso que vamos fazer essa paralisação, apesar de ser uma decisão sensível e difícil para a gente tomar, uma vez que o nosso slogan já diz, o nosso maior valor é a vida, mas não temos outra saída.”
A fonte revelou não haver previsão para o seu término, e o mesmo dependerá apenas do pagamento das horas extras em dívida. (Ângela da Fonseca)






