Nairobi (IKWELI) – A União Europeia (UE) anunciou a disponibilização de 800 mil euros, o equivalente a cerca de 60 milhões de meticais, para apoiar as vítimas da escalada de violência no norte de Moçambique.
Segundo um comunicado divulgado nesta terça-feira, (28) , em Nairobi, o valor será canalizado como ajuda de emergência para aliviar o sofrimento das populações afectadas, evitar novas deslocações e reforçar a capacidade dos actores humanitários no terreno.
Segundo apuramos a intensificação dos ataques de grupos armados em Cabo Delgado tem provocado o deslocamento de dezenas de milhares de pessoas, situação que se agravou com a expansão da violência para as províncias vizinhas de Nampula e Niassa.
“Desde Julho de 2025, a escalada de ataques por parte de grupos armados no norte de Moçambique deslocou dezenas de milhares de pessoas, agravando a crise humanitária em Cabo Delgado e alastrando-se às províncias de Nampula e Niassa. Mais de 168 000 pessoas foram recentemente deslocadas, somando-se às 461 000 deslocadas no início deste ano. Para agravar a situação, as províncias afectadas estão a lidar com o impacto de três ciclones tropicais devastadores, nomeadamente, Chido, Dikeledi e Jude, que atingiram a região norte entre Dezembro e Março, afectando mais de 1,4 milhões de pessoas em 33 distritos de Cabo Delgado e Nampula”, refere o comunicado.
O financiamento europeu será aplicado através dos seus parceiros humanitários para reforçar as acções de emergência multissectoriais, incluindo acolhimento, fornecimento de água potável, saneamento e higiene.
A UE espera que este programa de seis meses beneficie tanto as famílias recentemente deslocadas como aquelas que continuam a viver em áreas de alto risco, onde a insegurança e a falta de acesso a serviços básicos dificultam uma realocação segura.
A União Europeia reafirma, assim, o seu compromisso com Moçambique e com a protecção da dignidade humana das populações afetadas por conflitos e catástrofes naturais. Como principal doador mundial de ajuda humanitária, a UE sublinha que continuará a apoiar, através do seu Departamento de Proteção Civil e Operações de Ajuda Humanitária (ECHO), os esforços para salvar vidas e mitigar o sofrimento das comunidades mais vulneráveis. (Malito João)






