- Defende coordenador de programas do IMD
Nampula (IKWELI) – O Instituto para Democracia Multipartidária (IMD) promoveu nesta terça-feira (16), na cidade de Nampula, uma mesa redonda subordinada ao tema “participação da sociedade civil no compromisso político para paz e reformas, visando fortalecer o envolvimento da sociedade civil no processo de diálogo nacional e as reformas estruturais.”
O Diálogo Nacional Inclusivo é mais uma estratégia que Moçambique adopta, na tentativa garantir um país coeso e que as ideologias políticas não ponham em causa o desenvolvimento socioeconómico de toda uma nação. A iniciativa vem como consequência da assinatura do acordo político, assinado entre o Presidente da República e partidos políticos, depois de uma onda de manifestações provocadas pelos resultados fraudulentos das últimas eleições gerais de 9 de Outubro de 2024.
Para o coordenador de programas do IMD, Osman Cassing, o Diálogo Nacional Inclusivo deve ser mais técnico e não político, de modo que possa produzir resultados plausíveis, para efeito, destaca a necessidade do envolvimento de todos sectores da sociedade.
“Este programa sendo adaptativo, entende que o actual momento político, de diálogo nacional inclusivo representa uma oportunidade importante para as organizações da sociedade civil, fazer advocacia em prol de reformas que sejam genuínas, inclusivas e que realmente respondam aos anseios e demandas dos cidadãos moçambicanos. No caso particular a província de Nampula, também que respondam aos anseios dos cidadãos a nível desta província mais populosa de Moçambique,” começou por dizer Osman Cassing.
“Todos sabemos que o diálogo nacional inclusivo nasceu num contexto de eleições fortemente questionadas quando a sua integridade que resultaram num período pós-eleitoral bastante delicado, em termos sociais, económicos, políticos, também de segurança. Então, a 5 de Março foi assinado um acordo político com objectivo de promover estabilidade no país e assumir compromissos com o diálogo político inclusivo, abrindo assim o caminho para futuras reformas estruturantes,” continuou Cassing.
“Contudo, a nossa expectativa é que, embora o diálogo tenha sido político, o diálogo nacional inclusivo ele não tem que ser político, ele tem que ser mais técnico possível, mais inclusivo, e que consiga permitir que todos os grupos tenham a oportunidade de fazer as suas vozes serem ouvidas e serem incluídas no contexto da implementação do diálogo nacional inclusivo,” referiu a fonte.
“Achamos fundamental que as organizações da Sociedade civil participem neste processo de forma informada e activa. É de reconhecer que todos nós como sociedade civil temos que conhecer o contexto do acordo político, do diálogo nacional, quais são essas 10 componentes e como é que nós podemos influenciar esse processo de reformas. E, cômputo geral, achamos que temos palavra a dizer neste processo, para que quando for desencadeando o processo de auscultação, não estejamos lá a ser auscultados sem informações suficientes, é por isso que esta mesa redonda surge neste contexto,” explicou o coordenador de programas do IMD.
António Mutoa, presidente da plataforma provincial das Organizações da Sociedade Civil, em Nampula, acredita que uma comunicação aberta, sem ódio, é que será possível a construção de um moçambique em que os moçambicanos almejam. Aliás, apelou que o referido diálogo seja realizado no espaço que se mostre seguro para todos e que haja liberdade de expressão para todos os intervenientes.
“Como moçambicanos acreditamos que só e somente nós podemos desenhar mecanismos para ultrapassar essa crise que o país tem vivenciado, principalmente nos períodos eleitorais. O processo de diálogo inclusivo que agora se pretende implementar, é visto como uma tábua de salvação, se nós despirmo-nos de preconceitos, ecos e complexos que muitas vezes têm sido colocados à frente dos interesses do país,” entende Mutoa.
“O diálogo inclusivo a nível nacional deve ser um processo de comunicação aberto, respeitoso e significativo, que vai buscar o envolvimento de diversas perspectivas para promover o entendimento mútuo e a solução colaborativa de problemas à escala nacional. Deve garantir que todas as vozes, principalmente aos grupos historicamente marginalizados sejam ouvidas, valorizadas, indo além de mera conversa. Estamos a dizer isso porque estamos habituados a ter processos elitistas, que não buscam nem constrói algum consenso nacional,” precisou a fonte.
Presente no evento, Amisse Mahando, Presidente da Assembleia Provincial de Nampula, encorajou a participação activa da sociedade civil no processo de Diálogo Nacional Inclusivo.
“Esta mesa redonda na qual estamos a fazer parte, destaca a importância da sociedade civil no compromisso político para o diálogo nacional e inclusivo. A sociedade civil desempenha um papel fundamental na construção de uma democracia mais forte e inclusiva, e sua participação é essencial para garantir que as vozes de todos os cidadãos sejam ouvidas,” Disse Amisse Mahando
“Nós como Assembleia Provincial, esperamos que a sociedade civil traga contribuições que sejam levadas em consideração no processo de tomada de decisão, porque isso poderá ajudar na construção da confiança e legitimidade nas instituições políticas e promover uma governação mais transparente e responsável,” anotou Mahando. (Constantino Henriques)






