Nampula (IKWELI) – Perto de 40 reclusos, de entre mulheres e homens, incluindo seus familiares, acolhidos no Estabelecimento Penitenciário Provincial de Nampula, viram as suas vidas a mudar, após terem-se beneficiado de formações profissionalizantes de curta duração, no presente ano, promovidos pelo governo local em coordenação com os seus parceiros.
O Ikweli sabe que, ao todo, foram beneficiados 39 reclusos daquela instituição, dos quais 24 são do sexo feminino, 15 masculino, 4 ex-reclusas e 11 familiares dos reclusos, tendo “bebido” conhecimentos nas áreas de Empreendedorismo e Gestão de Negócios e Marketing.
Esta informação foi partilhada na sexta-feira (15), pelo director do Estabelecimento Penitenciária Provincial de Nampula, António Teófilo Cuancuela, no âmbito da cerimónia do encerramento de cursos de curta duração, que contou com a participação das esposas dos dirigentes locais e instituições governamentais e não-governamentais.
Cuancuela mostrou-se satisfeito com a participação massiva dos reclusos, incluindo a comunidade, de forma especial. Explicou que a iniciativa visa capacitar reclusos em ferramentas práticas, para auto-suficiência e gestão económica, esperando que possa contribuir na construção de soluções sustentáveis.
“A entrega de certificados representa o reconhecimento e esforços da dedicação e da capacidade de superação dos participantes, pois é um passo activo rumo a construção de um futuro sustentável e produtivo,” disse.
“Agradecemos ao gabinete da esposa do governador da província de Nampula e os seus parceiros, por nos terem proporcionados os cursos de curta duração, pois estas acções reforçam os nossos compromissos com uma abordagem humanizadas da justiça, onde a reclusão é encarada como uma oportunidade de transformação e a creditamos que cada recluso tem um potencial de contribuir positivamente para a sociedade,” prosseguiu.
Por outro lado, a esposa do governador da província de Nampula, Nazira Abdula, acredita num futuro promissor para as beneficiárias, pois “muitas delas estão a adquirir conhecimento fazendo alguns cursos, de maneira que quando elas saírem terão uma inserção na sociedade facilitada, e sendo mulheres nota-se que grande esforço e a coragem que elas aqui enfrentam”.
A nossa equipa de reportagem, entrevistou algumas reclusas e reclusos que se beneficiaram da formação de curta duração, que mostraram-se satisfeitas, admitindo que poderão mudar nas suas vidas.
Melita Eusébio, de 30 anos de idade, natural do distrito de Monapo, que beneficiou de formação na área de empreendedorismo comenta que “o curso que recebi, acredito que vai ajudar-me assim que eu sair para casa, poderei implementar mais para garantir comida para os meus filhos e meus familiares como meus pais que neste momento não sei o estado deles, uma vez que são idosos”.
Maria António, de 50 anos de idade, e mãe de 9 filhos, também beneficiária na área de empreendedorismo, promete aplicar os conhecimentos para melhorar a sua vida. (Virgínia Emília)