Nampula regista escassez de milho

Nampula (IKWELI) – Proprietários de algumas indústrias moageiras da cidade de Nampula queixam-se da falta de matéria-prima, sobretudo o milho, uma situação que, nos próximos tempos, poderá provocar o agravamento do preço da farinha no mercado.

Ikweli apurou que armazéns de várias moageiras da urbe encontram-se vazios, o que tem causado preocupação entre os operadores do sector.

Este cenário surge numa altura em que o governo provincial garante estar a trabalhar para reforçar as exigências de fortificação dos alimentos produzidos pelas indústrias moageiras.

Avelino Cândido, proprietário de uma moageira na zona do Waresta, afirma não saber ao certo a origem da escassez, mas alerta para os possíveis impactos no mercado. “Como pode ver, neste momento não temos nada no armazém. Estamos a tentar contactar os nossos fornecedores, mas até agora não tivemos nenhuma resposta positiva. Actualmente, o preço de levantamento de um saco de farinha celeste 25 kg é de 900,00Mt (novecentos meticais), mas, se a situação continuar assim como está, poderá subir ainda mais. Por exemplo, ontem quando liguei para um dos nossos fornecedores explicou que o milho ainda não secou bem, mas prometeu trazer assim mesmo, e o preço estimado pode subir até 40% em relação ao valor anterior, então isso é um grande prejuízo e grande preocupação para nós não termos milho no armazém nesse tempo de colheita”, revelou.

Cândido acrescenta que, além da preocupação com a matéria-prima, há também a necessidade de garantir os salários dos trabalhadores. “Apesar de parte do nosso pessoal ser sazonal, sabemos que têm famílias para sustentar, a maioria é casada e eu, como empregador, não é do nosso agrado dispensá-los, mesmo temporariamente, por isso conseguimos manter aqui todos mesmo com esses desafios que acabei de contar”

Numa moagem situada no bairro de Napipine, na zona da Gorongosa, a situação não é diferente. As máquinas operam de forma intermitente por causa da escassez de milho, apontada como o maior desafio actual. “Estamos mesmo assim, a lutar, às vezes, só conseguimos ligar às máquinas da moagem quando temos pelo menos 50 sacos de milho, algo que antes nunca acontecia. No passado, só parávamos para almoçar. Agora, muitas vezes, as máquinas ficam desligadas, não por avarias, mas por falta de milho”, contou um trabalhador que preferiu não se identificar.

Na campanha agrícola 2024/25 a província de Nampula projectava uma produção de 12,9 milhões de toneladas de culturas agrícolas diversas incluindo o milho. (Malito João)

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