Nampula (IKWELI) – Os vendedores formais no Mercado Novo, no centro da cidade de Nampula, queixam-se de fraca aderência nos seus negócios devido ao aumento do número de jovens vulgarmente conhecidos por “nhonguistas” que procuram vender alguns eletrodomésticos a preço de “banana”, logo na entrada daquele centro comercial.
Fontes no local contam que antes da invasão do espaço comercial pelos jovens que saem de vários bairros da urbe, a procura pelo auto sustento, era mais rentável.
Aliás, para eles os clientes deixam de fazer suas compras dentro do mercado recorrendo aos chamados “nhonguistas”, outrora tidos como “fleshadores”, que compram de imediato a preço de levantamento e revendem a um preço insignificante.
O Ikweli ouviu vários vendedores formais que dizem estar chateados com a situação, porque o cenário está cada a tomar, cada vez mais, contornos alarmantes. “Estamos mal com esse negócio nesses dias, porque esses jovens que enchem aí na estrada procurando a vida por falta do emprego já estão a inviabilizar as nossas actividades, nós que estamos aqui dentro a pagar licença e outros serviços municipais. Eu, por exemplo, tinha muitos trabalhadores, mas agora fiquei somente com dois, devido a falta da capacidade para remuneração, porque nesse mercado já não há nenhum rendimento para nós que estamos sentados aqui dentro, mas para eles é normal,” explicou Mário Daudo.
Para Dário Mussa, um dos “nhonguistas” daquele centro comercial, com as actividades desenvolvidas no mercado novo já tem uma casa adequada e consegue sustentar a sua família. “Eu já tenho três filhos e juntamente com a minha esposa ninguém já dormiu sem se alimentar, por causa desta actividade que faço, então o dia que alguém vai decidir nos evacuar daqui heeeee não sei o que vai acontecer, porque vão colocar inúmeros jovens sem nada a fazer.”
Segundo sabe o Ikweli, vários jovens naquele espaço comercial já têm viaturas próprias, fruto de actividades de “nhonga”. “Isso é verdade porque temos jovens bem organizados, que não têm nenhuma banca e estão aqui mesmo,” avançou Isac Carlos.
O Mercado Novo acolhe Jovens de diversos pontos desta província, sobretudo os de Namicopo que, de forma pacífica, procuram sustento naquele local. (Malito João)
