Nampula (IKWELI) – Os membros dos secretariados da Organização Nacional dos Professores (ONP), das escolas dos distritos da província de Nampula, extremo norte de Moçambique, estão a ser capacitados em matérias de liderança e gestão de conflitos laborais nas suas escolas.
Trata-se de um workshop de três dias, que arrancou na passada quarta-feira (04), com um total de 30 membros. A mesma está a ser promovida pelo Sindicato nacional dos Professores de Moçambique no âmbito do projeto de promoção de educação e direitos dos educadores
Em entrevista ao Ikweli, a coordenadora distrital do Comité da Mulher e Professor Jovem na ONP, por sinal facilitadora da capacitação, Marta Sualehe, partilhou que a formação tem por objectivo dotar os membros dos secretariados de ferramentas sobre a liderança, com vista a manter o diálogo social, mas também permitir o envolvimento das mulheres e dos professores jovens unidos.
“A formação está a ser gerida a nível central e decidimos fazer porque vimos a necessidade de incutir nos nossos membros sindicais a questão de liderança para terem ferramentas de como agir, como fazer e como lutar em prol dos benefícios dos seus colegas.”
Segundo Sualehe, o grupo alvo da formação que decorre, igualmente, nas províncias de Cabo delgado e Niassa, são membros do conselho nacional, secretariado executivo provincial, bem como líderes dos secretariados das escolas dos distritos.
“Como a ONP é uma associação que luta para o bem-estar dos professores e em algum momento nos deparamos com situações nos sectores de trabalho com direções que inviabilizam o trabalho do secretariado, por isso há essa necessidade de incutir ferramentas por forma que eles saibam como agir dentro daquilo que está legislado.”
Um dos membros presentes na formação, Secretário da ONP na Escola Secundária de Napipine, Seda Gulamo, considera a oficina como sendo uma peça chave para ajudar os secretários das escolas a lidar com a gestão de conflitos internos.
“Muitas vezes fazemo-la sem técnicas e sem ferramentas, por isso acredito ser um momento apropriado onde cada um poderá sair daqui com instrumentos legais que nos poderão permitir exercer nossa função sem problemas. A expectativa é que, possamos incorporar as matérias planificadas para posterior fazermos a réplica para os que cá não puderam estar, que é para vermos o que poderá mudar nas nossas escolas sob o ponto de vista de gestão laboral.”
De acordo com Gulamo, os secretários das escolas muitas vezes têm tido dificuldades de abordar seus dirigentes nas escolas, “poucas vezes os diretores aceitam as observações feitas pelos sindicalistas, tem sido algo um pouco complexo, encontramos directores um pouco compreensivos e outros nem tanto e quando é assim, fica difícil.”
Por sua vez, Paciência do Sameiro, igualmente formanda e Secretária da ZIP [Zona de Influência Pedagógica] da Escola Completa dos Limoeiros, entende ter sido oportuno a realização da formação, uma vez que é a primeira vez que a mesma acontece. (Ângela da Fonseca)
