JUDE destruiu parcialmente 50 empreendimentos turísticos em Nampula 

Nampula (IKWELI) – O sector de turismo a nível da província de Nampula está a somar acima de 50 empreendimentos turísticos, hoteleiros e de restauração destruídos parcialmente devido a passagem do ciclone JUDE que assolou a região norte e Centro no passado dia 10 de Março do corrente ano. 

Informações partilhadas ao Ikweli no último domingo (26) pela directora provincial da Cultura e Turismo, Jamila Bicá, indicam que dos 50 empreendimentos turísticos parcialmente destruídos, 20 foram a nível do distrito da Ilha de Moçambique, seguido de Nacala porto, Mossuril e Nacala-à-Velha, respectivamente. 

No entanto, apesar dos constrangimentos, não há registo de trabalhadores que tenham perdido emprego por conta das destruições dos estabelecimentos turísticos, tal como afirmou Jamila Bicá. 

“Onde tivemos maior número de estabelecimentos parcialmente destruídos foi na Ilha. Felizmente imediatamente alguns empreendimentos começaram a se reerguer e da visita que fizemos constatamos isso. Não temos indicação de trabalhadores que tenham ficado definitivamente desempregados.”

Bicá explicou que alguns empreendimentos tentam se reerguer através de pequenos serviços, como é o caso de operadores que trabalham na área de restauração tem apostado no serviço de catering. 

Por forma a lidar com próximos eventos durante a época chuvosa, o sector tem levado mensagens de apelo no sentido de os operadores optarem por construções cada vez mais resilientes a mudanças climáticas. 

“O sector de turismo pela sua transversalidade precisa trabalhar com outros actores que lidam diretamente com a questão da gestão de desastres, crises para poder garantir que as construções principalmente os turísticos, sejam resilientes e que estejam em condições de se manter firmes e para que os danos nos próximos eventos não sejam desastrosos.”

Apesar disso, o sector de turismo a nível de Nampula conseguiu alcançar a meta prevista de visitantes durante a Páscoa com uma entrada de 3.100 turistas com destaque para domésticos, o que corresponde a ordem de 100% do esperado e uma ocupação de 29% de estabelecimentos hoteleiros, com maior destaque para os distritos de Nacala Porto e Ilha de Moçambique. 

“Estávamos a prever uma entrada de cerca de 3.100 turistas, felizmente esta previsão foi satisfeita em 100% dos dados que fizemos levantamento representou cerca de 29% de ocupação hoteleira.”

Comparativamente ao ano anterior, houve uma descida acima de 30%, uma vez que foram registadas 5 300 entradas. 

“São dados animadores sim, mas se fizermos um balanço comparativamente ao ano passado tivemos cerca de 5.300 turistas dai que, estamos a dizer que tivemos um decréscimo acima de 30%”, mas “naquela altura era diferente, agora estamos a falar que comemoramos esta Páscoa logo depois dos ciclones e num período em que a imagem de Nampula e também de Moçambique não estava muito boa para os turistas principalmente os internacionais.”

Na altura, o sector sofreu com o cancelamento de reservas na ordem de 10%, entretanto, “este número não contabilizava nos 3.100 porque aquando da campanha de lançamento da páscoa não incluía as reservas canceladas.”

Além dos eventos climáticos, o sector de turismo foi igualmente afetado negativamente pelas manifestações violentas pós-eleitorais que de alguma forma contribuíram para uma procura tímida a província e não só. 

Pois, de acordo com a titular da pasta de turismo que levou Nampula a participar pela primeira vez na Bolsa de Turismo de Lisboa, Portugal, num evento em que tinha por objetivo apresentar as suas potencialidades turísticas, bem como procurar parcerias para a recuperação do sector, Moçambique estava na lista dos destinos não aconselhados para visita.

“Há um trabalho que está a ser feito, a nossa participação na BTL foi mesmo para responder a esta crise que o sector está a viver e para promover moçambique, sobretudo Nampula como um destino seguro que os turistas podem sim visitar e que embora tenhamos passado por períodos pós-eleitorais de muita intensidade em termos de manifestações (…), agora temos o desafio de colocar Nampula para a rota do turismo e a nossa participação foi mesmo para promover a província como um destino seguro.”

Por outro lado, Bicá lembrou que o governo lançou no passado mês de Março, o Fundo de Recuperação Empresarial avaliado em cinco milhões de dólares norte-americanos, equivalentes a 320 milhões de meticais, que visa essencialmente apoiar as micro, pequenas e médias empresas a se reerguer e mitigar os impactos causados pelos ciclones Chido, Dikeledi e Jude, bem como pelas manifestações violentas que atingiram as províncias de Nampula, Cabo Delgado e Tete. (Ângela da Fonseca)

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