Nampula (IKWELI) – A classe dos enfermeiros na província de Nampula, região norte de Moçambique, mostra-se preocupada com a qualidade de ensino ministradas nas instituições que, actualmente, formam profissionais na área, pois segundo revelam a culpa recai em parte para os veteranos da profissão que olham para o ramo como um negócio.
A informação foi partilhada nesta segunda-feira (12) pela delegada provincial da Ordem dos Enfermeiros, Nurcha Fonseca, nas celebrações do Dia Internacional do Enfermeiro que se assinala anualmente a 12 de Maio.
“É preocupação para a classe a qualidade de ensino, mas acreditamos que isso parte principalmente dos profissionais que já são veteranos, em parte é dever dos profissionais passar o legado de ensinar como deve ser e principalmente não tornarem a formação no ramo da saúde um negócio.”
Fonseca afirmou que a ordem tem desenvolvido curriculas unificadas a nível das instituições de formação, mas também, opta pela fiscalização de forma a solucionar tais actos.
Apesar de haver profissionais corruptos na classe, Fonseca, reconhece igualmente que, “ainda há profissionais honestos, que decidem, planejam, lideram equipas e que aplicam a ciência com cuidado, por isso, pedimos o respeito profissional.”
Por outro lado, a delegada fez saber ainda que a classe está preocupada com a falta de recursos humanos no sector, uma vez que na província de Nampula, um enfermeiro está para três mil pacientes, contrariando o recomendado pela Organização Mundial da Saúde que indica que um enfermeiro deve estar para mil habitantes.
“Precisamos de recursos humanos. O rácio ainda está muito abaixo daquilo que é esperado, que é um enfermeiro para cada mil habitantes, mas temos os institutos a formar, acreditamos que havemos de superar este desafio.”
Para este ano, o dia celebra-se sob o lema “Nossos enfermeiros. O nosso futuro. Cuidar dos enfermeiros fortalece as economias.”
Vale recordar que as celebrações do dia Internacional do enfermeiro, arrancaram no passado dia 05 do mês em curso, onde foram levadas a cabo diversas actividades de carácter científico, cultural e social.
Na altura, foram assinados acordos de cooperação nas áreas académicas e científicas com a Universidade de Coimbra com vista a se fundar a primeira escola superior de enfermagem no país. (Ângela da Fonseca)
