Nampula (IKWELI) – Arrancou esta terça-feira (29) a segunda Sessão Ordinária da Associação Nacional dos Municípios de Moçambique (ANAMM) e Nampula é a cidade anfitriã, um evento que visa reflectir e analisar temas virados ao crescimento sustentável das vilas e cidades municipalizadas.
Trata-se de um evento em que participam todos os Presidentes e/ou representantes dos Conselhos Municipais do País.
Coube ao governador de Nampula, Eduardo Mariamo Abdula, proferir o discurso de abertura da reunião máxima da ANAMM. Foi daí que Tio Salimo, como é carinhosamente tratado o chefe do Executivo Provincial de Nampula, achou oportunidade para, mais uma vez, promover os pontos estratégicos da cidade e da província mais populosa de Moçambique.
Para a admiração de todos, Eduardo Mariamo Abdula, até ordenou ao Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Nampula, Luís Giquira, a levar os seus homólogos para irem conhecer o bairro de Namicopo.
Foi motivo para muitos aplausos na sala que acolhe a referida sessão. Não é de menos aqueles aplausos infinitos, pois revela que Tio Salim acertou no alvo, uma vez que pode servir de mostra que muitos dos autarcas, mesmo os da província de Nampula, matem a curiosidade ao pisar naquele maravilhoso solo de Namicopo.
O bairro de Namicopo é conhecido a nível nacional, até internacional, pelo nome e suas acções no âmbito cultural e desportivo, acima de tudo. Alguns conhecem Namicopo no sentido negativo, associando como local de práticas não acolhedoras.
Pode ser por este último ponto que moveu o governador de Nampula a convidar os presidentes dos conselhos municipais de todo país a escalarem Namicopo para sozinhos tirarem provas de que não é isso que muitas vezes é propalado. Aliás, Eduardo Mariamo Abdula descreve Namicopo como bairro de gente boa e inteligente, pelo que mais vale lá visitar.
“Sem descriminação político partidário, sem descriminação racial ou físico, Nampula abraça e recene a todos”, começou, o governador, por lançar as notas de boas vindas à província mais populosa de Moçambique.
“Vou-me atrever a desafiar o meu presidente do município, uma vez que estão aqui todos os seus colegas do país, a convidar todos eles, eu sei que recebeu viaturas novas porque Nampula é sempre novo, convido a levar os nossos visitantes ao bairro de Namicopo”, disse Tio Salim para os aplausos dos presentes.
“Inclua no programa dos nossos visitantes, uma visita ao bairro de Namicopo, um bairro de jovens e mulheres com um coeficiente de inteligência extremamente alto. Temos boas pessoas em Namicopo culturalmente extremamente activas”.
“Nós queremos imitar Maputo aqui na cidade de Nampula, a fazer excursões para Mafalala e a primeira excursão turística deve ser nesses dois dias. Não sei se tenho autoridade sobre o presidente do Município, mas como o mais velho, eu oriento. Giquira, leve seus colegas para Namicopo, mesmo que seja para eu fazer parte, também”, disse o Eduardo Mariamo Abdula.
E Giquira aguentará o desafio?
Tudo leva a crer que Luís Giquira acolheu o desafio imposto pelo governador, mas lá mais adiante pode mudar de ideia, tudo por conta das péssimas condições em que a via que dá acesso a Namicopo se encontra.
À semelhança de outras artérias da cidade de Nampula, a principal via que dá acesso a Namicopo, a que parte da rotunda do aeroporto, passando pelo edifício episcopal de Nampula até no posto administrativo de Namicopo está às ruínas, notando-se um bairro quase esquecido pelas autoridades, pelo menos neste capítulo das estradas.
Para minimizar a vergonha, Luís Giquira até pode optar por passar pela rua da França, com ponto de entrada no viaduto e na rua da Unidade, mas, assim que cruzar com a rua Dom Manuel Vieira Pinto, que é a mesma de Namicopo, os visitantes vão sentir o martírio dos munícipes residentes naquele famoso bairro da cidade de Nampula.
Talvez, a partir da visita de todos presidentes dos municípios, o elenco de Luís Giquira se recorde de fazer boas coisas no bairro de Namicopo, tal como o próprio prometeu durante a campanha eleitoral, o que lhe iria diferenciar com o seu antecessor Paulo Vahanle que, apesar de ser residente daquelas bandas, deixou-se levar com tempo e não seguiu o exemplo de Castro Namuaca que teria implantado a mesma estrada hoje às lagoas. (Constantino Henriques)
