Nampula (IKWELI) – O sector de saúde em Moçambique poderá entrar em colapso a partir desta quarta-feira, 30 de Abril, tudo porque a Associação dos Profissionais Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) anunciou novas medidas que irão encabeçar a terceira fase da greve que irá arrancar a partir das 15h30.
Em entrevista ao Ikweli, o presidente da APSUSM, Anselmo Muchave, revelou que a medida irá se cingir no encerramento de todas unidades sanitárias até a próxima segunda-feira, 05 de Maio.
Intitulada SRO, o que significa “Sais de Reidratação Oral”, a mesma será feita através da mistura de actividades, tal como explica Anselmo Muchave.
“Em fazer horário único e interrupção das atividades. A partir de amanhã 15h30 as unidades sanitárias estarão totalmente encerradas e deixamos ao cargo da outra classe e as outras pessoas que não alinham com aquilo que são os nossos ideais. E só voltam a exercer as suas actidades na segunda-feira”.
Segundo a fonte, a mesma surge por entenderem que o governo não está a valorizar aquilo que são as preocupações e inquietações dos profissionais de saúde desde 2023.
“O governo desvaloriza o sector de saúde. Um governo sensato que diz que não são todos que estão a aderir a greve, significa que está a comparar-nos com educação (…). Vimos que estamos a nos dar com um Governo sem coração, porque se tivessem, eles não estariam a olhar para nós como associação que não tem valor”.
Segundo Muchave, todas as consequências que forem advir irão recair para o governo, “e se assim continuar, na próxima semana vamos anunciar a quarta fase que será ainda mais grave”.
A reação da APSUSM surge após o ministro da saúde, Ussene Isse, ter condenado a greve dos profissionais de saúde na passada sexta-feira (25), afirmando ser “inadmissível” que os mesmos deixassem doentes a morrer nos hospitais devido à paralisação. Na ocasião, Isse acusou os grevistas de terem um “coração mau”.
Vale lembrar que, devido ao incumprimento das promessas governamentais, a APSUSM retomou a greve no passado dia 17 do corrente mês, passando a prestar serviços em horário único, das 7h30 às 15h30. (Ângela da Fonseca)
