Nampula (IKWELI) – O Sindicato Nacional de Jornalista (SNJ), na província de Nampula, mostra-se preocupado com a prevalência de jornalistas que trabalham nas empresas de comunicação social sem contratos laborais, situação que interfere em grande medida na vida social dos escribas.
Nos dias que correm, parte dos jornalistas são conotados, devido às suas acções no exercício das suas funções, como que ferem a ética e deontologia profissional.
Segundo o que tem sido propalado na sociedade, é que alguns jornalistas solicitam troca de favores junto das fontes, como condição para elaborarem e publicarem as matérias.
Para o Sindicato Nacional de Jornalistas em Nampula, este cenário por si repudiado é perpetrado na maioria das vezes pelos jornalistas cujo tratamento não tem sido humanístico nos órgãos de comunicação aonde colaboram.
José Arlindo, secretário provincial do SNJ em Nampula, entende que a falta de contratos laborais dos jornalistas nesses órgãos contribui para que os mesmos sejam marginalizados, por isso apela a essas instituições a valorizar os escribas, dando contatos e salários justos.
“O papel do Sindicato é estar sempre a frente dos seus membros para saber como estão sendo tratados os contratos, porque o que acontece existem alguns órgãos que não celebram os contratos. Os contratos podem ser de curta e longa duração, qualquer um para fazer algum trabalho tem que celebrar um contrato”, disse José Arlindo.
“Então, a partir do sindicato nós vamos às empresas empregadoras para saber como é que vão os contratos celebrados, aqueles que já extrapolaram, que já passaram fora do prazo, os que não têm para poderem ter em dia, isso beneficia o próprio trabalhador, assim como a própria empresa”, prosseguiu o líder dos escribas em Nampula.
O apelo de José Arlindo aos jornalistas é que estejam filiados ao SNJ, porque só assim é que o sindicato terá forças para intervir em casos da violação dos direitos do filiado, na empresa aonde trabalha.
“O que existe é que não é só ser jornalista que tem o vínculo directo com o sindicato, aquele que é jornalista primeiro deve reunir os requisitos, preencher a ficha de inscrição para ser membro do Sindicato Nacional dos Jornalistas, só assim. E quando o jornalista tem problemas onde trabalha tem que participar ao sindicato para poder ir a frente do empregador e questionar o que é que está se passar em relação o empregado”, referiu a fonte.
José Arlindo falou nesses termos a margem de uma palestra promovida pelo SNJ, nesta sexta-feira (11), por ocasião do dia do Jornalista Moçambicano.
A referida palestra foi subordinada ao tema “Negociação colectiva”. Desejado Gabriel Mepina, Delegado Provincial do Instituto de Patrocínio e Assistência Jurídica (IPAJ) em Nampula, é quem foi orador. Na ocasião, Mepina destacou a necessidade de negociação colectiva nas celebrações dos contratos, e não de maneira individualizada.
Por outro lado, Mepina instou aos jornalistas a exigirem, junto dos seus empregadores, que os seus direitos não sejam violados. Para tal, disse ser necessário uma negociação entre o empregador e os trabalhadores.
“Mas, para iniciar com as negociações, o ponto de partida terá que ser o contrato. Se não tem o contrato, infelizmente, é difícil iniciar com as negociações. O que deve ficar assente é que, para haver uma capacidade negocial é necessário que nós tenhamos uma relação negocial”, disse Desejado Mepina.
“Muitos de nós, para uma negociação, o objectivo que nos aparece é a remuneração, eu preciso negociar porque pretendo um salário acima aquilo que ganho. Mais do que isso, os objectivos da negociação é melhorar as condições de trabalho. Podemos falar dos jornalistas, dos médicos, de outras profissões liderais, todes eles devem ter a capacidade negocial para termos aquelas que são as condições de trabalho e as condições de trabalho são criadas pelos trabalhadores e por outro lado os empregadores”, frisou o advogado. (Constantino Henriques)