Nampula (IKWELI) – A directora provincial da Cultura e Turismo de Nampula, Jamila Bicá, entende que é preciso mudar de paradigma da actuação por parte dos fazedores das artes e cultura com vista a permitir o desenvolvimento do sector.
No primeiro dia útil da corrente semana, Bicá reuniu-se com os principais actores do ramo, com o objectivo de divulgar alguns instrumentos que norteiam o funcionamento do sector.
“Devemos ser unidos, não vejo a necessidade destes sectores estarem separados, por isso, vamos trabalhar unidos para mudarmos de paradigma deste sector na província”, anotou, assegurando que o governo vai traçar um plano estratégico de promoção de Nampula como um destino turístico do país.
Os promotores de eventos entendem que a iniciativa do governo é louvável, mas pedem que o seu choro seja ouvido, pois o governo já conhece os desafios que enfrentam no dia-a-dia.
“O governo sabe dos nossos problemas, portanto, temos falta de apoio financeiro, as nossas iniciativas, por exemplo, quando queremos promover algum evento, carecemos de fundos para materializar o projecto de uma forma que nos identifiquemos como moçambicanos através da cultura,” disse Geraldo Maneira.
Homem da cultura em Nampula, Manuel Jamal lamenta o facto de a cultura não ser valorizada quanto deveria. “A nossa cultura não é valorizada, o governo não apoia os fazedores das artes e cultura, daí que estamos bastante preocupados e alguns pensam em abandonar a prática cultural, mesmo com talento.”
Artur Mário, também fazedor das artes, acrescentou que “falar da arte e cultura em Nampula e de forma geral em Moçambique ainda é um desafio, sempre reunimos com o governo e não temos tido soluções, por exemplo, falta apoio para a promoção de eventos culturais e para participar no intercâmbio com outras províncias e fora do país”.
Em resposta às inquietações dos fazedores das artes, a responsável pediu que os intervenientes do sector ajudem o pelouro com ideias concretas para materialização dos projectos estruturantes da província. (Nelsa Momade)