Nampula (IKWELI) – O partido PODEMOS denuncia que 39 membros desta formação política foram mortos por agentes da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), uma unidade especializada antimotim da Polícia da República de Moçambique (PRM), a margem das manifestações de repúdio de resultados eleitorais que têm sido convocadas e lideradas por Venâncio Mondlane, segundo candidato mais votado nas eleições de 9 de outubro de 2024.
Carlos Niquina, delegado do PODEMOS em Nampula, foi quem forneceu estes dados aos Ikweli, o qual diz que alguns foram sequestrados e os seus corpos nãoforam até ao momento localizados.
“No distrito de Liupo, Namapa [Eráti], Ribáuè, Mecubúri, Moma e vários cantos da província de Nampula está a acontecer uma chacina descontrolada, há muita gente que está a ser sequestrada e morta, é gente que não se sabe onde está a ser lavada, as pessoas uma vez que matam, não levam para os seus familiares, fazem desaparecer, passando de casa em casa de dia, assim como de noite, são vários que foram vítimas”, disse Niquina, anotando que “por exemplo, em Ribáuè em um dia conseguiram matar uma média de 10 pessoas, Liupo, há quatro dias, foram mortas 14 pessoas, no distrito de Mecubúri teriam sequestrado acima de 15 e carbonizaram alguns, então são várias pessoas que não conseguimos controlar, não sabemos dizer onde fazem o esconderijo dos corpos”.
“Alguns apoiantes de Venâncio Mondlane que têm os seus parentes presos, não voltam, os familiares vão as esquadras, mas não encontram os seus parentes. Há vários casos em que as pessoas sabiam que seus familiares estavam presos, voltaram momentos depois e já não se encontram lá, então presumimos que as pessoas foram mortas e não temos dúvida nenhuma. Na altura, denunciamos que acima de 60 pessoas já foram mortas, a província de Nampula é o sítio onde mais se morre, me parece que o comando provincial tem um compromisso com isso”, narrou Castro Niquina. (Virgínia Emília)