Turbo V8 está a matar a fome trabalhadoras de sexo em Nampula

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Nampula (IKWELI) – As manifestações de repúdio de resultados eleitorais que decorrem no país desde outubro do ano passado, também, estão a afectar drasticamente os sectores de negócios menos abordados em Moçambique.

Um deles é o da prostituição e na cidade de Nampula, no norte do país, as trabalhadoras de sexo queixam-se da escassez de clientes por conta desta situação, que se agudizou na fase denominada Turbo V8.

De acordo com aqueles profissionais, no início das manifestações a espontaneidade dos clientes que procuravam pelos seus serviços era notável, apesar da redução do valor, mas nos últimos tempos tudo ficou estagnado.

O Ikweli visitou a zona da Descida, por detrás da avenida do Trabalho, onde uma das trabalhadoras de sexo disse não guardar boas lembranças dos efeitos negativos que as manifestações estão a semear.

“Estamos muito chateadas com essa situação de manifestações violentas, muito mais aquelas últimas que aconteceram depois de proclamação final dos resultados, porque desde aquele dia até agora nada”, disse uma trabalhadora de sexo que opera naquele ponto onde fica um dos maiores prostíbulos do norte de Moçambique, referindo que, actualmente, é normal, uma profissional ficar uma semana “sem aparecer um cliente”.

Esta mesma fonte disse que todas elas andam interrogadas, aventando a hipótese que “essa situação influenciou [negativamente] nos apetites sexuais dos nossos clientes”, como também receiam que os clientes sejam aqueles que “perderam as suas barracas, lojas e mercearia”, por isso acreditam que “se isso continuar, vão nos matar de fome, porque as coisas não estão boas e para nós sustentarmo-nos dependemos 100% desse nosso serviço”.

Outro lado visitado pelo Ikweli é a zona da Faina, onde centenas de trabalhadoras de sexo, também, queixam-se da falta de clientes.

Uma profissional por nós entrevistada disse que no passado chegava a ganhar 2.000,00Mt (dois mil meticais) ao dia, mas na actualidade conseguir 200,00Mt (duzentos meticais) é uma questão de sorte, por isso mesmo tiveram de reduzir os preços por cada sessão de prazeres sexuais.

“Não há clientes que buscam os nossos serviços, então em resumo entendemos que as manifestações foram uma autêntica desgraça para a nossa vida e os nossos negócios, por isso que essa situação deve acabar”, comenta.

Igualmente, apuramos que algumas trabalhadoras de sexo começam a emigrar, procurando por pontos onde é ainda possível sobreviver com base nesta actividade. (Malito João)

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