Jovem que matou esposa e atirou o corpo na lixeira: Condenado a 23 anos de prisão pelo tribunal judicial de Maputo

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Nampula (IKWELI) – O tribunal Judicial da província de Maputo condenou Edson Nhassengo a 23 anos e 6 meses de prisão, jovem que, em Janeiro do corrente ano, violou e assassinou com recurso a uma faca a esposa de 33 anos, que em vida respondia pelo nome de Celina Nhambe, tendo posteriormente a envolvido em um lençol e jogado numa lixeira. 

A leitura da sentença do acusado de 42 anos foi proferida na passada segunda-feira (16), na presença de familiares, amigos e membros da sociedade civil.

O arguido foi ainda condenado a indemnizar a família da vítima com um valor correspondente a 850 mil meticais.

Embora não satisfeita, Helena Massigue, mãe da jovem ora assassinada, disse ao Ikweli sentir-se consolada pelo facto de a justiça ter sido feita. “Aquele senhor mudou a minha vida, destruiu-me por dentro e por fora.  Ele vai ficar 23 anos na cadeia e cada minuto que passar naquele local saberá que está lá para pagar um erro que cometeu. Eu estava a espera todos os dias a chorar por essa justiça, é essa pena que eu queria, eu sei que não vai devolver a vida da minha filha, mas estou consolada porque ele também vai pagar pelo erro”.

Trata-se de um acto que chocou as organizações da sociedade civil e o país, devido a forma como tudo aconteceu. Na altura, diante da situação, Edson Nhassengo foi detido, mas viria a ser restituído à liberdade dias depois mediante o pagamento de caução de 100.000,00Mt (cem mil meticais), sob alegação de que sofria de perturbações mentais, sem que, estranhamente, se tenha juntado ao processo qualquer evidência ou laudo médico que indicasse que realmente sofria de alguma demência.

Um cenário que revoltou mais de 50 organizações não-governamentais que trabalham em prol dos direitos das mulheres. Na altura escreveram uma nota de repúdio contra todo e qualquer tipo de violência em que a mulher é vítima.

Após várias contestações por parte da família, assim como da sociedade civil, o jovem viria a ser reconduzido às celas, de onde veio a receber a tão esperada sentença.

Até a data do seu assassinato, Celina Nhambe, vivia maritalmente com aquele aque chamava de marido e juntos tiveram um filho que actualmente tem sete anos. 

De acordo com dados partilhados pelo Ministério do Género, Criança e Acção Social, em 2022, mais de 11 mil mulheres sofreram algum tipo de violência, e de janeiro a setembro de 2023 foram registados cinco mil casos de violência física contra mulheres. (Ângela da Fonseca)

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