Nampula (IKWELI) – Subiu para 21, até a última sexta-feira (13), o número de óbitos causados pelo surto da cólera que fustiga o distrito de Mogovolas, a sul da província de Nampula.
Aquela circunscrição está registando casos da doença desde o dia 17 de outubro último, sendo que a taxa de mortalidade ronda nos 100.1%.
Estes dados foram tornados públicos pelo Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, durante uma graduação na Academia Militar Samora Moisés Machel na última sexta-feira.
“Desde a declaração do surto, até ao presente momento [dia 13], foram registados 294 casos, com 21 óbitos, destes óbitos, 17 foi ao nível das comunidades não nos centros de saúde”, disse o PR, explicando que em 24h [de 12 a 13 de dezembro] foram registados 11 casos. É neste período que a população vandalizava a vila de Nametil, alegando que o governo e seus parceiros estão espalhando a doença por aquela região.
Nyusi reconhece que há falta de água potável em Mogovolas, por isso as pessoas têm recorrido a fontes não apropriadas, o que precipita a propagação da cólera, mas garante que há esforços do governo para travar a doença.
Em consequência da onda de desinformação que ganha lugar em Nametil, segundo o estadista, um profissional da saúde, afecto ao Centro de Tratamento da Cólera (CTC), e um agente da Polícia da República de Moçambique (PRM) foram feridos, gravemente, pela população. “Destruíram, igualmente, o posto policial e mataram um polícia que estava em missão de serviço para proteger a eles mesmos”.
Por outro lado, Nyusi disse que o seu ministro da Saúde, Armindo Tiago, aventa a hipótese de encerrar algumas unidades sanitárias em Mogovolas, “mas primeiro temos que terminar o nosso trabalho para ver se encerramos os centros de saúde ou vamos continuar a proteger as pessoas que lá trabalham”. (Virgínia Emília)