Nampula (IKWELI) – Alguns artistas da cidade e província de Nampula clamam pela paz e retorno da estabilidade político-social, para que voltem a desenvolver as suas actividades sem sobressaltos.
Músicos, promotores de eventos e outros influenciadores locais destacaram a necessidade de manter-se a ordem pública e evitar confrontos, enfatizando que as manifestações são legítimas, mas devem ocorrer sem prejuízo à segurança da população. Para eles, tanto os manifestantes quanto as autoridades têm responsabilidades cruciais na garantia de que os protestos ocorram de forma civilizada e com respeito mútuo.
O cantor Aly Faque, reconhecido pela sua influência na comunidade local, fez um apelo directo, tanto aos manifestantes quanto às autoridades. “Peço que os manifestantes mantenham a paz. Manifestações sem roubos, sem vandalismo. É importante lembrar que muitas vezes os manifestantes começam com boas intenções. Também aconselho as autoridades policiais a agirem com calma e responsabilidade. Não devem disparar contra o povo. A polícia deve servir para estabelecer a ordem e proteger os cidadãos, sem causar mortes desnecessárias”.
Na mesma linha, o promotor de eventos Justino destacou a importância de manter a calma durante os protestos. “Apelo à calma entre os manifestantes, cada pessoa tem os seus motivos para protestar, e isso deve ser respeitado, não sou contra as manifestações, mas sou totalmente contra a violência”.
O renomado músico Professor Lay que também não aceitou se calar diante da situação actual, explicou que “as manifestações abrangem toda classe artística. Tenho feito shows, mas a maioria deles durante esta época toda de manifestação foram adiados. Adiaram cerca de 12 a 10 shows, estou a falar de shows nacionais, assim como internacionais. Perante esta situação, nós músicos do Norte, falo isso porque 95% dos músicos de cá do Norte vivem 100% de música, o que não é algo fácil, pois quando recebem um contrato para fazer um evento e depois cancelam o evento, é meio complicado, visto que temos família por sustentar e contas por pagar”.
Maysen Bunekizzy, um cantor de Nacala em ascensão, entende que a situação actual está a prejudicar imenso a classe artística e apela que se resolva rapidamente. “Sou um cantor que está a bater e este é o momento em que faço em média 7 shows, mas agora, faço apenas 1 ou 2 e isso não é bom para nós, porque o povo é que é nosso patrão. Apelamos ao diálogo, porque esta situação está a prejudicar os músicos”.
Por sua vez, Djizi, outro cantor, reforçou a importância do diálogo como caminho para a resolução de conflitos. “É crucial que haja diálogo e que se busquem soluções concretas para acabar com estas manifestações. Paciência e calma são fundamentais para encontrar um caminho de paz”. (Atija Chá e Ruth Lemax)