Nampula (IKWELI) – O chefe do departamento de Saúde Pública nos Serviços Províncias de Saúde (SPS) de Nampula, Geraldino Avalinho, revela que por conta das manifestações que decorrem no país, em protestos aos resultados das eleições de 9 de outubro, o sector poderá assistir um esgotamento de recursos, devido ao elevado número de pacientes que dão entrada nas unidades sanitárias em decorrência de baleamentos.
Avalinho explica ainda que, apesar de haver no momento capacidade ao nível das unidades sanitárias para atender ao número de pacientes que dão entrada vítimas de baleamento, há um risco iminente.
“Neste momento temos recursos sim, mas esses recursos enquanto esta onda de manifestações continuar nos mesmos ritmos, haverá uma altura em que teremos um esgotar gradual do material que o sector tem, porque neste momento estamos a atender de forma atípica, se ontem atendíamos 20 pacientes, hoje pode ser que o número duplicou e o material vai escasseando”, precisou o nosso interlocutor.
Na ocasião, Avalinho explicou que as aquisições dos insumos são feitas mediante um consumo médio mensal de cada unidade sanitária, ou seja, se o Hospital Central de Nampula contava com um consumo médio de cerca de 100 quilos de gesso por mês, por exemplo, o mesmo duplicou.
“O que significa que o que eu consumia em um mês, pode não chegar para 10 dias, por causa desta situação, e isso é em cascata, pois para o ministério da Saúde adquirir este produto tendo em conta o consumo médio, anual do país, ou seja, significa que em cascata o MISAU tem que continuar a despender recursos que não tinham sido planificados para trazer insumos e resolver estes que estão a ter esses problemas”, afiança, garantindo não ter registado situações de bloqueio que impedissem a chegada de pacientes as unidades sanitárias. (Ângela da Fonseca)