Nampula (IKWELI) – Alguns trabalhadores da Empresa Municipalizada de Saneamento de Nampula (EMUSANA) denunciam falta de equipamentos de trabalho para a recolha e tratamento de resíduos sólidos, há quase um ano, facto que tem estado a colocar em risco as suas vidas e apelam a rápida intervenção da edilidade.
A falta de equipamento de trabalho vai desde fardamentos, máscaras, luvas, pás, picaretas, porta contentores, além dos salários baixos atribuídos aos trabalhadores, factores que já começam a condicionar a gestão da remoção de lixo, sobretudo na época chuvosa em curso.
A denúncia foi feita aquando da visita do presidente do conselho municipal de Nampula, Luís Giquira, às empresas Municipalizadas de Saneamento e Transportes e Infra-estruturas, ocorrida na semana finda.
Um dos queixosos é Refino Azevedo, trabalhador da empresa referida, que explicou que a situação não é recente. “Temos dificuldades de fardamento para o trabalho, não temos meios para esvaziar lixo, entre outros meios. Todos estes desafios preocupam trabalhadores da cidade de Nampula. Desde os tempos antigos, nós como trabalhadores de recolha e tratamento de lixo, a nível da cidade, tínhamos acesso a leite fresco, mas actualmente não recebemos nada, estamos preocupados porque a nossa saúde está cada vez mais em risco”.
Outro trabalhador, que não quis revelar o nome, revelou que “o salário que agora auferimos não chega para nada. No meu caso, mensalmente recebo 3.000,00Mt (três mil meticais) e por isso o presidente deve agir de forma urgente para que todos possamos usufruir das mínimas condições que merecemos. Além disso, temos outros desafios como falta de material para a recolha e tratamento do lixo na urbe, enquanto não tivermos meios de transporte e outros equipamentos, constitui uma preocupação que impede a execução dos nossos planos”.
Outro colaborador disse ao Ikweli que a falta de material para o trabalho tem, de grosso modo, dificultado a execução de suas actividades. “Estou na área de água e saneamento do município, actualmente está difícil trabalhar com esgotos e valas de drenagem, porque não temos ferramentas, por isso as vezes receamos ir ao trabalho por medo de sermos confundidos com ladrões por não termos equipamento”.
De acordo com a gestora financeira do projecto de saneamento urbano na cidade de Nampula, Andrea Lourinho, o leite para o consumo dos trabalhadores é canalizado especificamente aos trabalhadores de água e saneamento sobretudo os que fazem parte da limpeza nas valas de drenagem a nível da cidade. “Os outros não são abrangidos no consumo do leite, mas para a questão de falta de equipamentos de trabalho há um esforço sendo envidado para que para que todos tenham protecção enquanto trabalham”, justificou
Já o presidente do conselho municipal de Nampula, Luís Giquira, comentou que ouviu as preocupações dos trabalhadores da empresa municipalizada e a situação está a ser resolvida. (Nelsa Momade)