Quarta-feira, 13, fez 7 óbitos em Nampula

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Nampula (IKWELI) – A máxima popular diz que a sexta-feira, 13, é que o dia de azar, ou então dia das bruxas, mas na cidade de Nampula, o não menos conhecido bairro de Namicopo decidiu mudar esse adágio e atrasou eventos de um dia 13 para uma quarta-feira.

Pois, na última quarta-feira (13), a Polícia da República de Moçambique (PRM) atirou, mortalmente, contra 7 pessoas, sem razão aparente, pois a maioria foi atingida porque a polícia invadiu as suas residências e, à queima-roupa, tratou de tirar a vida dessas vítimas, significativamente jovens. Outras vítimas estavam em seus postos de trabalho, como mercearias e barracas.

De entre os mortos, há também, crianças e adolescentes.

Neste mesmo dia, arrancava a 4ª fase das manifestações convocadas pelo candidato Venâncio Mondlane, o qual reivindica vitória nas eleições de 9 de outubro passado.

O resto da cidade de Nampula esteve calmo, até pacífico, mas em Namicopo travava-se uma grande batalha, tendo membros da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) sido espancados pela população que reclamava pelos assassinatos indiscriminados.

Segundo apurou o Ikweli no terreno, os policiais envolvidos pertencem a UIR, Polícia de Proteção e o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) e, alegadamente, não são da província de Nampula, pois nos confrontos revelaram-se desconhecedores de Namicopo.

Uma fonte que não quis identificar-se afirmou que “a marcha era pacífica, partindo do posto administrativo de Napipine em direcção a Rua da França, então durante o percurso, de repente, a polícia começou a disparar e a lançar o gás lacrimogéneo contra a população e não estávamos a ver o gás donde estava a vir. O pessoal começou logo a se revoltar e a coisa saiu do controle, uma vez que estavam os agentes da polícia de várias áreas”, assegurando que “infelizmente essas pessoas que foram alvejadas mortalmente nem tinham a ver com a manifestação, estavam sentadas nas suas residências”.

A fonte deplora o comportamento dos agentes da polícia que resultou na perda de vidas. “Numa primeira tentativa que a polícia fez de despertar as pessoas com gás lacrimogéneo, as pessoas acabaram se refugiando para as suas residências e para se defender acabaram incendiando pneus, colocando algumas barricadas nas estradas como forma de protesto, por sua vez, a polícia vinha tentando dispersar com tiros, gás lacrimogéneo e toda Rua da França ficou repleta de polícias”.

Polícia diz que não baleou ninguém

Dércio Samuel, chefe do departamento de Relações Públicas no comando provincial da PRM em Nampula

Dércio Samuel, chefe do departamento de Relações Públicas no comando provincial da PRM em Nampula, nega que a corporação tenha alvejado mortalmente pessoas.

Esta fonte policial explica que a missão dos homens da Lei e Ordem em Namicopo foi socorrer de 4 pessoas que contraíram ferimentos graves e ligeiros para o Hospital Central de Nampula (HCN), com vista a receberem cuidados médicos.

Por outro lado, a polícia assume ter detido 22 indivíduos envolvidos na  manifestação de quarta-feira. (Virgínia Emília)

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