Em apenas 9 meses : HCN diagnosticou 200 mulheres com cancro da mama

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Nampula (IKWELI) – O Hospital Central de Nampula (HCN) atendeu durante os primeiros 9 meses do corrente ano, pelo menos, 200 mulheres com problemas de cancro da mama, oriundas das províncias de Cabo delgado, Niassa, Nampula e Zambézia.

Ciente do impacto negativo da doença como o cancro da mama, o HCN promoveu uma palestra que se subordina a importância de prevenção e o diagnostico precoce do cancro da mama, visando a conscientização e o bem-estar, principalmente da mulher.

De acordo com o médico-cirurgião do HCN, António Carlos, em 2022 foi constituído o comité de tumores e foram registados 30 pacientes internados em processo de tratamento e, mesmo assim, perderam a vida devido a gravidade doença.

“Alguns pacientes entram no processo de tratamento ambulatório, que muitas vezes abandonam o tratamento, o que propicia a morte das mesmas”, disse.

Entretanto, o Dr. Carlos António, ainda, refere que a obesidade, hereditariedade, consumo de produtos industrializados, bebidas alcoólicas, entre outros estupefacientes são factores que contribuem para o desenvolvimento do cancro da mama quer em mulheres, quer em homens.

Por outro lado, Vanilto Acuna, médico residente em cirurgia geral no HCN, no âmbito da palestra sobre a consciencialização e prevenção do cancro da mama, disse que o serviço de oncologia já registou 1500 casos de câncer de mama.

“O nível de doenças cancerígenas que existem e que estão sendo seguidos no HCN, relativamente, o cancro da mama tem maior percentagem. Daquilo que são as experiências que temos na nossa unidade hospitalar, as pessoas queixam-se de problemas de cancro de mama num estado avançado e complicado, alegando vários motivos”, explicou.

Entretanto, o médico apelou aos jovens estudantes universitários que participaram na palestra para que optem pelo autoexame do cancro da mama, de forma a evitar morte devido o problema que coloca cada vez mais as mulheres em situações de vulnerabilidade.

“Nas nossas casas, nas escolas e sobretudo nas comunidades rurais é preciso difundir informações que diz respeito ao cancro da mama, para que mais mulheres tenham conhecimento deste problema e melhor prevenir, infelizmente a nossa realidade no hospital central é lamentável, porque as mulheres são removidas as suas mamas devidas o cancro”, abordou.

Na mesma senda, os estudantes universitários que beneficiaram da palestra sobre importância de prevenção e o diagnóstico precoce do cancro da mama, visando a consciencialização para o bem-estar principalmente da mulher, apelam os profissionais de saúde o atendimento prioritário aos pacientes que padecem do cancro da mama.

Jesuína Pascoal é estudante finalista do curso de Direito, acredita que o autoexame do cancro da mama que consiste na massagem pode precaver qualquer tipo de cancro.

“Antes já ouvi falar do cancro da mama, mas não tinha uma ampla noção do impacto da situação do cancro da mama, eu acreditava que o cancro afecta simplesmente as mulheres e através da palestra dos médicos foi possível perceber que os homens podem ter o cancro da mama e a sociedade desconhece”, comentou. 

Outra entrevistada do Ikweli foi Carla Mendonça, estudante universitária e gestora de projectos da Associação de Apoio ao Desenvolvimento de Crianças e Jovens, a qual afirma que prevalecem mitos sobre o cancro da mama e desconhecimento do impacto da doença.

Magaia Patuá é finalista do curso de licenciatura em Medicina geral, sublinhou que a palestra aumentou o seu nível de conhecimentos sobre a doença. (Nelsa Momade)

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