Nacala (IKWELI) – A manifestação do partido PODEMOS na cidade de Nacala, maior entreposto comercial do norte de Moçambique, já fez vítimas mortais, sendo dois agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) e 4 civis, alegadamente apoiantes de Venâncio Mondlane e simpatizantes da sua formação política.
Este confronto macabro teve palco no fim da manhã desta quinta-feira (24), quando agentes da polícia decidiram dispersar os manifestantes com recurso a gás lacrimogénio, depois de um começo de dia calma.
A nossa equipa de reportagem, acompanhou as primeiras horas das manifestações um pouco pela cidade de Nampula e alguns distritos da província, onde a situação parecia controlada, tendo a polícia escoltado por algum momento as manifestações, de forma pacífica, mas o quadro mudou de figura, com disparos de gás lacrimogéneo e balas reais.
“Antes, os manifestantes estavam a fazer de forma pacífica, com alguns integrantes da polícia, só de repente apareceram aqueles da UIR, ali na parte do Belmonte para frente, no cruzamento Irmão Carlitos, então eles estavam a ir para o Fernão Veloso e de forma súbita começaram a lançar gás lacrimogéneo”, contou uma fonte do Ikweli em Nacala que assistiu o confronto.
Ademais, sobre as circunstâncias das mortes, a nossa fonte relatou que pela fúria da população e reacção da polícia, o confronto foi inevitável e, segundo disse, forçou aos agentes a abandonarem a viatura e colocarem-se em fuga. “Ali era uma confusão só, as pessoas e a polícia começaram a confrontar-se, não se via nada mesmo, mas ali a polícia teve de fugir, abandonar a viatura. Alguns polícias conseguiram fugir, mas há outros que até então não se sabe nada”, disse.
A nossa equipa de reportagem contactou as autoridades policiais ao nível do comando provincial de Nampula para apurar a veracidade dos factos, mas a sua porta-voz, Rosa Nilza Chaúque, disse que irá pronunciar-se oportunamente, pois as informações ainda são escacas.
Importa referir que vídeos a circular nas redes sociais mostram jovens feridos a bala. (José Luís Simão)