Nampula (IKWELI) – Faltando apenas 19 dias para o término da campanha eleitoral, alguns jovens residentes no maior círculo eleitoral do país, Nampula, mostram-se ansiosos quanto às promessas partilhadas pelos principais candidatos que disputam o cargo de presidente de Moçambique para o próximo quinquénio.
A campanha eleitoral é o momento em que os candidatos dos partidos políticos desdobram-se e dedicam-se a todo o custo para apresentar os seus manifestos, vender as suas promessas com vista a possivelmente conquistar maior número de eleitores.
É nessa altura que alguns reforçam as suas promessas através de novas estratégias políticas e outros concorrentes buscam igualmente destacarem-se como os que apresentam melhores propostas para o novo ciclo de governação.
À medida que as eleições gerais de nove de Outubro se aproximam, os jovens heterogeneízam sentimentos quanto as promessas feitas nesta campanha eleitoral. É o caso de Alexandre João, que disse ao Ikweli que acompanha a tempo inteiro as intervenções dos principais candidatos que lutam pela “Ponta Vermelha”. Sua expectativa é ver melhorada a questão de empregabilidade dos jovens no país e em particular na sua província.
“Eu tenho acompanhado pela televisão e rádio, vejo que eles estão ávidos quanto as promessas deixadas. Espero que o candidato eleito possa olhar para os jovens, nós nos formamos e depois ficamos em casa sentados. Ou então, para ter acesso ao emprego é necessário desembolsar um valor que não temos, por isso espero que nos próximos cinco anos, não tenhamos esse impasse, tal como eles prometem”, disse.
Em poucas palavras, Minecho Paulo acredita que caso um dos candidatos vença no escrutínio que se avizinham e, este coloque em prática as promessas feitas durante a campanha eleitoral, o país poderá desenvolver.
“Se a candidato que for a vencer levar avante as promessas será muito bom para o país. Até agora estão a apresentar bons manifestos, pois são soluções que precisamos para desenvolver Moçambique”, afirmou
Enquanto isso, o pesquisador, Manuel Zacarias fez uma avaliação olhando para os três potenciais candidatos a presidência, nomeadamente Venâncio Mondlane suportado pelo partido PODEMOS, Daniel Chapo, Frelimo e Lutero Simango que corre pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
Para Zacarias, todos apresentam manifestos que espelham a realidade do país. No entanto, o maior destaque vai para o manifesto de Chapo, visto que o mesmo apresenta abordagens que visam dar seguimento ao processo de descentralização com a criação de novas capitais, uma das estratégias para que cada província possa desenvolver com suas próprias potencialidades.
“Aquilo na verdade é o que Moçambique sempre precisou, essa descentralização pode começar a trazer algum desenvolvimento a partir das localidades, porque nós estamos habituados a um modelo de governação que só favorece a capital do país e pouco locais onde tem recursos, como é caso de Cabo Delgado que é uma província com muita potencialidade, mas o desenvolvimento não é verificado, tudo porque é alocado à Maputo. Falo de turismo a nível de Inhambane, ou seja, são esses elementos que eu digo que estrategicamente chega a ser o melhor manifesto porque está a espelhar e a olhar as potencialidades”, afirmou.
Por outro lado, considera apreciável a proposta de Lutero Simango, que promete ter planos e estratégias para acabar com os conflitos armados em Cabo Delgado, por forma a colocar o País em situação de paz.
“Um manifesto que aprecia com precisão a questão da instabilidade em Cabo Delgado é um passo positivo, havendo seriedade e cumprindo com o manifesto pode ser um bom ´input´ para Moçambique voltar a ter aquele desenvolvimento que outrora vimos no mandato de Guebuza e Chissano”, explicou.
Segundo avançou a fonte, Venâncio Mondlane apresenta igualmente um bom manifesto, no entanto, a falta de experiência do partido no que diz respeito a governação, coloca-lhe em desvantagem pois, corre o risco de não serem concretizados dentro de cinco anos.
“A fragilidade do Venâncio Mondlane começa aí, o que ele deve fazer caso vença as eleições é consolidar-se ao nível do território nacional e isso vai levar tempo e Moçambique não tem mais esse tempo. Nós precisamos de partidos e pessoas que vão chegar e fazer a coisa acontecer. O Venâncio para mim sai em desvantagem pelo facto de não ter bases consolidadas a nível nacional”, frisou.
Contudo, Zacarias faz uma avaliação positiva sobre a campanha eleitoral, visto que para ele, o processo esta a decorrer de forma pacífica quando comparado com os anos anteriores.
Vale lembrar que os moçambicanos vão eleger no próximo dia 9 de Outubro do ano em curso, o Presidente da República, deputados para as assembleias, bem como governadores provinciais. (Ângela da Fonseca)
