Nampula (IKWELI) – A Associação de Voluntários de Doação de Sangue (AVODASA), a nível de Nampula, expressa sua preocupação por falta de inclusão nas campanhas e programas de saúde levadas a cabo pelo ministério e direcções de saúde na província.
A queixa foi partilhada ao Ikweli pelo coordenador da AVODASA, Amisse Gerónimo, no âmbito das celebrações do dia Nacional do Dador de Sangue, celebrado anualmente a 29 de Agosto.
Para Gerónimo, o sector de saúde tem feito algumas campanhas com destaque para o programa nacional de combate a malária e outros projectos, entretanto tem excluído a AVODASA, o que para ele não deveria acontecer, visto que os mesmos ajudam a salvar vidas através da doação de sangue.
“Nossa actividade é sem fins lucrativos, nós doamos sangue por amor a vida. No entanto sentimos a falta de apoio dos nossos dirigentes. Falo do ministério da saúde em geral e em particular da direcção provincial de saúde no que concerne a não inclusão dos membros da associação naquelas campanhas. Para nos motivar, eles deveriam nos contemplar nesses projectos porque a actividade que estamos a fazer é sem fins lucrativos”, explicou.
Apesar disso, com um total de 263 membros, a fonte garantiu que continuarão a doar sangue pelo bem da vida dos demais cidadãos que necessitam do precioso líquido.
“Salvar uma pessoa não é fácil, é necessário que haja entrega pessoal”, afirmou.
Já a presidente interina da AVODASA, Marina Raimundo, revelou que aquando do mandato do fundador da associação, houve reuniões com o governo local, no sentido de chegar a um acordo, mas o mesmo não surtiu efeito por falta de fundos.
“De verdade nós estamos a enfrentar grandes dificuldades, o trabalho que estamos a fazer é por amor a vida e se não fosse por isso, acredito que já estaríamos sentados. Nós temos que tirar dinheiro do nosso próprio bolso para pedir apoio para podermos comemorar condignamente o dia”, disse.
No entanto, a nossa interlocutora é de opinião que os que vendem o líquido são insensíveis a causa humana, pois mancham o nome dos hospitais, por isso chama a sociedade para combater esta acção através de denúncias.
“A venda de sangue não é um bom caminho, quando tu tens uma vida que ninguém emprestou e por outro lado existe uma outra que está agoniada na cama do hospital e que precisa de sangue, a melhor coisa que pode fazer é doar e não vender. Caso isso aconteça vamos denunciar”, alertou.
Para este ano a associação celebra a data sob o lema “20 anos a celebrar a dádiva: obrigado, dadores de sangue!”.
Importa referir que a data é celebrada numa altura em que vários cidadãos queixam-se de cobranças nos hospitais para aquisição do sangue. (Ângela da Fonseca)