Maputo (IKWELI) – A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) anunciou esta quarta-feira (14), em Maputo, que a escassez de divisas que regista-se no mercado nacional, associado as medidas de restrição cambial adoptadas pelo Banco Central, influenciam negativamente no volume das importações e pagamento das facturas de importação por parte das empresas.
O Presidente da CTA, Agostinho Vuma, que expressou a preocupação, afirma que as restrições cambiais contribuíram para redução da importação em 2.3% de Janeiro a Fevereiro e de 2,5% no primeiro Trimestre de 2024.
Vuma falava no decurso da Décima Quinta (15º) edição do Economic Briefing, que apresentou o relatório anterior de índice de robustez empresarial e a dinâmica de negócios e investimentos no primeiro trimestre de 2024.
“É sabido que a nossa base de geração de moeda externa são as exportações que se mostram muito fracas”, disse, indicando que os grandes projectos não foram tanto afectados, porque as exportações situam-se em 20%, o que significa que o défice da oferta de divisas sem grandes projectos atinge 80%.
Dados de mercado intercambial revelam que no primeiro semestre de 2024, houve uma queda de permuta de liquidez situada em 82%, resultando no aumento das necessidades das empresas em moeda estrangeira que atingiram cerca de 400 milhões de dólares em junho.
Robustez empresarial
Relativamente ao índice de robustez financeira Empresarial, o Presidente da CTA explicou que apesar do crescimento macroeconómico, de 1 ponto percentual fixando-se em 31%, “persistem desafios que resultam no fraco desempenho empresarial associado a ausência de iniciativas na industrialização dos sectores primários, como agropecuária e a indústria manufatureira e o crescimento do fosso da aceleração na indústria extrativa”.
O representante do empresariado de Moçambique acrescentou que “a indústria extractiva mostrou interligações fracas situadas em menos de 2%, enquanto o sector da construção teve um impacto moderado em todos sectores estimado em 20%, excepto na logística e na indústria transformadora, que registou um desempenho fraco a baixo dos 15%”.
A CTA pede ao Governo para inverter o cenário que se considera desfavorável, através de políticas industriais que promovam o desenvolvimento local e reduzam dependência externa. (Antónia Mazive)