Há barulho no atletismo em Nampula

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Nampula (IKWELI) – Alguns clubes e núcleos filiados na Associação Provincial de Atletismo de Nampula (APAN) decidiram, na semana finda, em realizar uma assembleia electiva de novos órgãos sociais, mesmo com o alegado desconhecimento do actual elenco presidido por Amílcar Juaniha.

Do encontro, dirigido por Mendes Muquina, presidente da Mesa de Assembleia, os associados presentes, em número de quatro, segundo apuramos, elegeram Faume Issa Faume, coordenador das actividades desportivas no Conselho Municipal de Nampula, para conduzir os destinos da agremiação durante o próximo ciclo olímpico.

Faume Issa Faume, recorde, foi candidato derrotado por Amílcar Juaniha, actual timoneiro da Associação Provincial de Atletismo de Nampula (APAN), na eleição realizada nas instalações da Escola Comunitária Santa Isabel de Nampula, em 2020.

Através de um comunicado enviado a redacção do Ikweli, o elenco de Amílcar Juaniha entende que a assembleia que culminou com a eleição de Faume Issa Faume é ilegal, por considerar que a mesma aconteceu sem o conhecimento da direcção da Associação, para além de que o número dos núcleos e clubes participantes, com direito a voto, não reunia o quórum, segundo os estatutos daquela colectividade.

“Em Assembleia electiva, os filiados com direito a voto fazem-se representar por um delegado devidamente credenciado de acordo com o no3 do artigo 17 do Estatuto da Associação Provincial de Atletismo de Nampula, resulta que do encontro os filiados presentes não eram portadores de credenciais emitidas pelos respectivos clubes ou núcleos, para validamente os representar”, começou por anotar o comunicado em referência.

“A Associação Provincial de Atletismo de Nampula, lamenta o facto do surgimento de indivíduos de má fé, camuflados na Associação e com objectivos obscuros e movidos por interesses pessoais inconfessáveis, querendo servir-se do atletismo, impondo entraves e barreiras ao desenvolvimento do atletismo na província de Nampula”, prosseguiu, dando conta que no referido encontro estavam presentes apenas dois filiados com direito a voto, por sinal agremiações dirigidas pelo presidente da Mesa da Assembleia.

Aliás, explica a APAN, que a Assembleia Geral Ordinária, para a eleição de novos órgãos sociais consta nos planos de actividades da agremiação, para o ano em curso, pelo que não julga necessária a antecipação da atividade.

“Os órgãos sociais da Associação Provincial de Atletismo de Nampula, tomaram posse no dia 19 de Novembro de 2020, cujo mandato termina à 19 de Novembro de 2024, estando dentro e no cumprimento do mandato, cujo plano de atividades de 2024, consta a realização da Assembleia Geral Ordinária, para a eleição dos novos órgãos sociais para o ciclo Olímpico de 2024-2028”, disse.

“Realçamos que a Associação continua a funcionar normalmente e a prosseguir com as suas actividades em cumprimento do seu plano de atividade até Novembro do presente ano, altura que será realizada a Assembleia Geral Electiva dos novos órgãos sociais”, sublinhou.

Entretanto, Mendes Muquina, presidente da Mesa da Assembleia da APN refuta as informações da direcção da colectividade justificando que a referida reunião magna foi de conhecimento de todos, incluindo o próprio presidente.

“De facto nós ficamos desapontados pelo repúdio do próprio presidente e não sabemos as razões. A verdade é que há muito mal contado nesta história, porque ouvimos na sua explanação de que não teve conhecimento. Outra questão é que ele disse que estiveram na sessão apenas dois associados com direito a voto, isso nos criou constrangimento naquilo que é falta de informação da verdade. Na verdade, o que nós estivemos a dizer como mesa da Assembleia-geral, é que no dia 6 de Maio nós fizemos as convocatórias e no dia 7 fizemos a entrega a direção da Associação e quem recebeu felizmente foi a pessoa do presidente da associação no estádio 25 de Junho porque estávamos perante o período dos jogos escolares que aconteceram na nossa província”, disse Mendes Muquina que, por sinal, foi presidente da APAN.

“Só que, quando pensávamos que as coisas estavam a andar bem foi daí que fomos até dia 20, não havia retorno e nem tínhamos informação se os documentos tinham sido distribuídos,  uma vez que a assembleia tinha sido marcada para Novembro. Nós, como Assembleia, respondemos que Novembro não era possível porque já estávamos atrasados de acordo com os nossos estatutos, as eleições devem acontecer entre Janeiro e Fevereiros, as de Novembro são de aprovação para o plano de atividade que vai ser seguido no ano seguinte, esses são extraordinária”, prosseguiu a fonte.

Conta ainda Muquina, que “continuei a insistir, mas ele queria Novembro e não Junho, dia 8 como estava marcado. Fizemos um meio-termo e dissemos que aqui não podemos decidir porque somos mesa de Assembleia, temos os associados, precisamos convocar os clubes e núcleos filiados na Associação para serem eles a deliberarem e de facto ele disse que concordava e que havia de convocar, mas nós dissemos não porque é da competência nossa fazermos essa convocação, e fizemo-la, fizemos a convocatória e distribuímos a todos os associados e pura e simplesmente por razoes alheias a vontade dele foi que no dia 8 estávamos lá todos presentes 5 clubes presentes”.

“Vergonhosamente, não sabemos porque, mas o governo estava lá, o Conselho Nacional do Desporto estava lá, os membros da Associação estiveram lá, acho que chegava um número de quatro e deram o seu depoimento uma vez que não havia relatório de prestação de conta.”, entende o presidente da Mesa de Assembleia de APAN. (Constantino Henriques)

 

 

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