Nampula (IKWELI) – Os mercados da cidade de Nampula, sobretudo informais, continuam inundados de produtos alimentares e outros de primeira necessidade fora do prazo, uma situação que preocupa os consumidores locais.
Igualmente, os revendedores informais que adquirem os mesmos acabam por inundar a cidade com os produtos.
Abdala, vendedor informal de produtos alimentares em frente da escola primária e completa de Mutomote, no bairro de Namutequeliua, disse que não sabia que estava vendendo um produto fora do prazo, explicando que o baixo preço que pratica é pelo facto de “o levantamento nas próprias lojas estar a um preço acessível”.
Depois de uma longa conversa com a nossa equipa de reportagem, esta fonte comentou que “para o caso de Danone, iogurte e outros produtos, nós fazemos preços baixos porque estão quase a atingir o fim da sua data de validade”.
Armindo Ussene, também vendedor, anotou que “os preços variam, porque alguns passaram prazo dentro de dias e outros ainda no final deste mês de junho perdem a validade, para não deitar fora estes produtos, muitos de nós comerciantes, acabamos vendendo a um preço baixo”.
“Sabemos que os produtos fora do prazo são um risco para a saúde, mas nós não temos como abandonar estes produtos, porque dependemos da comercialização dos mesmos para conseguir dinheiro para garantir o sustento nas nossas famílias”, justifica-se.
Os consumidores dizem-se preocupados com esta prática, tal como analisou Odete João, residente no bairro de Muatala. “Preocupa-me mais saber que crianças inocentes, que não entendem nada de validade, compram estes produtos e consumem”.
E a consumidora Elisa António apela para que “haja mais acções por parte das autoridades competentes para que todos os produtos fora do prazo, sobretudo o danone, trigo e até alguns sumos de marcas estranhas, parem de circular na via pública”.
A delegação provincial da Inspecção Nacional de Actividades Económicas (INAE), em Nampula, sabe da situação e afirma que tem vindo a envidar esforços, com acções de sensibilização e fiscalização, para que produtos fora do prazo e contrafeitos não estejam nas ruas.
“Quando fazemos o processo de fiscalização, recomendamos os agentes económicos, se tiverem stocks de produtos fora do prazo, declararem a existência através de comunicado demostrando a quantidade desses produtos e respetivos valores”, disse Silvino Alexandre, que é delegado da INAE em Nampula. (Nelsa Momade)