Com árbitros de elite polémicos: Ferroviário de Nampula empata com Textáfrica no meio de gás lacrimogénio

Nampula (IKWELI) – O trabalho do quarteto de arbitragem que ajuizou o jogo entre Ferroviário de Nampula e Textáfrica de Chimoio, realizado nesta terça-feira (4) na cidade de Nampula, a contar para o fecho da 7ª jornada do Moçambola teve decisões controversas que obrigaram a emoções descontroladas do público expectador que avançou com arremesso de objectos contundentes para as quatro linhas.

Trata –se de um quarteto formado por Nelson Uamusse, árbitro principal, proveniente da vizinha província do Niassa, Messias Gomes, primeiro assistente, também proveniente do Niassa, Rachide Assuba, segundo assistente, da província de Cabo Delgado, bem como Danilo Calavete, quarto arbitro, da província de Nampula.

 Aquele grupo de árbitros invalidou três golos da equipa da casa, por considerar que os mesmos foram obtidos de forma fraudulentas, análise que se mostrou contrária ao do público presente naquele recinto desportivo. O que mais feriu as sensibilidades de maior parte dos desportistas que acorreram ao Estádio 25 de Junho, naquela tarde laboral, é aquele que seria o golo de vitória dos anfitriões, apontado mesmo nos instantes finais da partida.

O golo conflituoso surgiu na cobrança do livre bem perto do grande círculo, por intermédio de Quaresma, e abola foi directamente no fundo da baliza do Textáfrica, pois mesmo com o salto de Dinis não conseguiu intersecta-la. Entretanto, segundos após o golo, eis que Rachide Assuba levantou a bandeirola assinalando jogada irregular e Nelson Uamusse anuiu, forcando o empate por 2-2. Por outro lado, o trabalho de arbitragem é contestável pelos critérios por eles usados para compensar o tempo perdido, pois para o Textáfrica, o tempo de compensação foi demasiado elevado.

A postura dos juízes incentivou que o público agastado com as anteriores situações incrementasse a sua fúria. Para impor a ordem no local, os agentes da Unidade de Intervenção Rápida recorreram a gás lacrimogénio para dispersar os reivindicadores.

Apesar disso, o Ferroviário de Nampula foi irreconhecível em campo

Perante do aflito Textáfrica de Chimoio, o Ferroviário de Nampula teve um começo apático, tornando-se irreconhecível em relação a equipa que derrotou, pelos números surpreendentes, a União Desportiva do Songo, bem como o Desportivo de Nacala, partidas que carimbaram a categoria de um dos fortes candidatos a conquista do título de campeão nacional, nesta edição do Moçambola.

Foi um Ferroviário de Nampula que não explorou o seu futebol, caracterizado pelas transições ofensivas rápidas, combinado por passes longos, formas de abordar o jogo que se tornavam eficazes para atrapalhar qualquer adversário nas jornadas anteriores. Por isso nos instantes iniciais, poucas foram as vezes em que os locomotivas remataram com realce para a baliza contrária. Igualmente, o sector defensivo dos chamados axinenes de Nampula não esteve nos seus melhores momentos.

A descrita como má actuação de um dos representantes da província de Nampula, nesta competição, alegadamente foi por subestimar o adversário, tendo em conta o seu historial na edição do Moçambola em curso.

Não sendo culpado por isso, o Textáfrica provou o contrário em pleno Santuário do 25 de Junho, ao assumir o controlo do jogo a ponto de ir ao intervalo em vantagem de 1-0. Na segunda parte, também voltou inspirado, pelo que anotou o 2-0, para o desespero dos locomotivas.

A equipa do mister Turito viria acordar só nos instantes finais, após operar algumas substituições, com destaque para as entradas de Dinis, Belito e Nazir. Ciente do prejuízo na tabela classificativa, caso perdesse a partida, o Ferroviário passou a enviar todas as bolas para a baliza contrária, estratégia que lhes valeu os dois golos conseguido num curto intervalo de tempo. Aliás, foi através daquela forma de jogar, que sufocou os visitantes, que chegou ao 3-2, vitória negada pelos árbitros que se revelaram polémicos na partida.

Com o empate, o Ferroviário de Nampula conservou o terceiro lugar, agora com 14 pontos, enquanto aguarda o protesto que submeteu à Liga Moçambicana de Futebol, em relação ao jogo da passada terça-feira. A equipa da Associação Black Bulls continua líder da prova com 19 pontos, e o Costa do Sol com 14 pontos na segunda posição.  (Constantino Henriques)

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