Alto Molócuè (IKWELI) – Mesmo ausente da sessão, o actual autarca da cidade de Quelimane, Manuel de Araújo, foi eleito candidato cabeça-de-lista da Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO) para concorrer ao cargo de governador da província da Zambézia nas eleições de outubro próximo.
A eleição por unanimidade aconteceu enquanto Manuel de Araújo viajava à Genebra, Suíça em missão de serviço, tendo sido informado após à sua chegada no país, neste sábado 1 de junho.
Falando à imprensa, Manuel de Araújo disse que foi uma surpresa, mas garante que vai responder com responsabilidade o desafio dado pelos membros da RENAMO na Zambézia.
“Como sabem eu estava na Genebra, na Suíça, cheguei esta amanhã em Alto Molócuè, ainda não cheguei em Quelimane, portanto eu ainda não consultei a minha própria família sobre o assunto, o que eu posso dizer é de que foi uma surpresa, mas em todo caso, precisamos esclarecer que o meu partido tinha um congresso, e depois do congresso nós temos que trabalhar, a RENAMO tem uma base social que não deve ser abandonada, por isso vamos em princípio aceitar essa candidatura na esperança não deixar um vazio na governação”, disse de Araújo.
Na sua locução, o actual edil de Quelimane criticou a governação da FRELIMO, justificando que a população da Zambézia precisa alguém que faz acontecer as coisas. “Família, a província da Zambézia precisa de calças novas, a província da Zambézia está cansada das aldrabices do senhor Pio Matos, ele prometeu e as coisas não estão a acontecer e nós temos o seu manifesto e nós vamos exigir coisa por coisas, se nós sairmos para Maganja da Costa, para Pebane e de Pebane para Gilé verão em que, condições estão as estradas, estão horríveis mas foram as promessas que esse senhor fez durante o seu manifesto eleitoral e nós gravamos tudo que ele prometeu fazer no seu mandato e não fez, então nós não podemos deixar a nossa província da Zambézia nas condições em que está”.
Araújo disse que aceitou a candidatura com vista a salvar o povo da Zambézia, de um suposto abismo. “Até em 1975, a província da Zambézia produzia mais de um terço da riqueza de Moçambique, nós tínhamos as fábricas de açúcar de Luabo, as chazeiras do Gurúè e de Milange, tínhamos igualmente a companhia da Zambézia entre outras companhias que empregavam os jovens e foram todas destruídas e por isso que temos muitos jovens, hoje com 11ª classe, com licenciatura, e com mestrado a vender bolinhos nas estradas”, recordou. (Malito João, em Alto Molócuè)