Nampula (IKWELI) – O Primeiro-ministro (PM) moçambicano, Adriano Maleiane, defendeu na semana passada, na cidade de Nampula, a necessidade da celebração de contratos de fornecimento e/ou fomento entre produtores do sector familiar e as indústrias processadoras do milho na capital provincial.
Em Nampula, o PM visitou algumas unidades industriais processadoras e delas ficou a saber como funciona essa cadeia de valor.
No bairro de Muatala, por exemplo, Maleiane ficou a saber como funciona uma indústria moageira instalada naquele bairro da cidade de Nampula.
Elvis Saíde, da referida unidade fabril, explicou que a sua instituição tem se dedicado a uma produção inclusiva, que pressupõe a inclusão dos produtores locais do milho em todas etapas por meio de incentivos e a promoção da produção da cultura.
“Nós aproximamos os agricultores que não têm a capacidade de aumentar a sua produção de milho, através de sementes, quer dizer, transmitimos que o milho é uma renda, que garante uma renda, e nós somos o garante de compra do seu produto, clientes, fazemos com que o produtor, as comunidades ganhem uma renda extra”, explicou.
Depois desta explicação, o PM comentou que “este conceito de cadeia de valores, é exactamente isso. O que é que é necessário para termos o produto e evitarmos a importação? Haverá o sector privado que estará interessado em investir nesse sector porque tem cliente e assim possivelmente vamos ganhando e fechamos a cadeia, por exemplo, o que estão a fazer não chamaria de incentivo, mas de fomento”.
Cansado, Maleiane, também, recomendou a necessidade de uma maior assistência aos produtores, na perspectiva técnico-financeiro.
Ainda os industriais queixam-se da falta do produto fortificador da farinha do milho.
“Temos dificuldades na aquisição do produto para fortificação da farinha, que só é adquirida a partir da nossa vizinha África do Sul, a nível do mercado local não temos…temos tido muitas dificuldades, leva muito tempo, essa é uma questão que gostaria de remeter a sua excelência para ver se nos próximos tempos, porque acho que a procura não é só nossa, é de várias indústrias no sector”, informou Saíde ao PM, pedindo ao Governo que incentive “a importação desse produto para venda aqui em território nacional, que incentiva-se o empresariado nacional para fazer a importação, tal como acontece com tantos outros produtos, penso que esse não seria um bicho-de-sete-cabeças, podia ser aqui perto Maputo, Nampula ou Beira. Eu acho que o empresariado nacional tem capacidade para isso, eu acho que é só um desenho de estratégia, governo, sector privado para que possamos responder”. (José Simão)