Maputo (IKWELI) – Líderes de organizações juvenis moçambicanas, que na semana passada estiveram reunidos na cidade de Maputo, entendem que o exercício de práticas democráticas no país tem sido motivo para a violação dos direitos humanos.
O encontro juntou na mesma sala 45 jovens líderes organizacionais, tendo apoio financeiro da Plan Moçambique.
Américo Maulana, do Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD), comentou na ocasião que um dos momentos mais destacáveis da violação dos direitos humanos no país pelo exercício da democracia tem sido a quando da realização das eleições.
“Um dos principais elementos da democracia é a realização dos processos eleitorais, mas ao invés de ser um instrumento de promoção de cidadania, o processo eleitoral tem se tornado num ciclo de violação de direitos humanos”, disse esta fonte.
Por outro lado, Maulana reclama ainda a falta de representação de jovens em fóruns de tomada de decisão, “mas o que diz respeito a participação da juventude em espaços relevantes no país continua um grande desafio. Apesar de ser a maioria da população moçambicana, os jovens continuam sub-representados nos espaços relevantes de tomada de decisão, desde a configuração do governo até a configuração do próprio parlamento”.
Luís Enoque, da Plan Moçambique, anotou que esta actividade que juntou os 45 jovens líderes está inserida no projecto “Sou Jovem”, de que ele é gestor, o qual visa promover a participação dos jovens em espaços políticos, económicos e sociais. A iniciativa foi lançada no ano passado e visa dentre vários objetivos, também, o empoderamento dos jovens a todos os níveis.
“Sobre a participação da juventude nos processos democráticos e boa governação, os números são extremamente baixos, quer nos distritos, comunidades incluindo na Assembleia da República (AR), devido a falta de informação, interesse dos jovens e falta de abertura de espaço político”, comentou Enoque. (Antónia Mazive)