Mulheres empreendedoras das zonas rurais de Nampula clamam por apoio financeiro

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Nampula (IKWELI) – As mulheres empreendedoras que se localizam nas zonas rurais da província de Nampula clamam por apoio financeiro, de forma a garantir crescimento dos seus negócios.

Na semana passada, a cidade de Nampula acolheu o Fórum de Negócios, o qual teve uma mesa redonda de mulheres empresárias, as quais reflectiram sobre a situação da mulher empreendedora no meio rural, tendo-se constatado que as mesmas necessitam de apoio financeiro, bem como de insumos agrícolas para galvanizar as suas iniciativas e projectos empreendedores para melhorar as condições das suas vidas.

Residente em Marratane, Jordina Amade, conta que necessita de meios para o escoamento dos seus produtos agrícolas, no sentido de alcançar os consumidores no mercado urbano.

“A nossa zona é um dos centros de produção agrícola e as mulheres dedicam-se neste ramo de actividade para garantir o seu engajamento, mas a falta de apoio em meios de transporte, e mesmo financiamento do governo, impossibilita o nosso progresso e esta situação tem estado a nos preocupar como mulheres com iniciativas de empreendedorismo”, disse, acreditando que “com o Fórum de Negócios, da Câmara de Comércio de Moçambique, esperamos que decidam mecanismos para melhorar a vida das mulheres das zonas recônditas da nossa província de Nampula e outos pontos do país”.

Ainda de Marratane, interveio Mukacibibi Francisca que se dedica a produção de  vestuários e de sabão artesanal, a qual explicou que, também, encontra dificuldades para conseguir dinheiro com vista a alargar a sua iniciativa empresarial. “Existe um grupo criado que acolhe as mulheres com iniciativas empreendedoras, mesmo que a mulher seja viúva, órfã, solteira, com deficiência ou casada, tudo isso para melhorar as nossas vidas.  Muita das vezes dedicamo-nos na produção agrícola e sabão artesanal e outros ofícios como cestos para o mercado, de roupa e pastas, mas não seguimos além devido a falta de financiamento. Estou em Nampula há mais de 10 anos e venho de Luanda, a minha sobrevivência e de outras mulheres de Marratane é na base de agricultura e negócios, nós recebemos apoio de algumas organizações não-governamentais e que não tem sido suficiente, por isso o nosso plano é ter mais financiamento das organizações e do governo de Moçambique”.

Por outro lado, Maria produtora, concretamente no distrito de Rapale, participante da Mesa Redonda de Mulheres Empresarias, organizado pela Câmara de Comércio de Moçambique defendeu ser urgente a criação de estratégias que garantam o envolvimento da mulher residente na zona rural no mundo de negócios.

Mesmo as mulheres residentes na zona urbana aproveitaram o evento para denunciar que não tem sido fácil obter financiamentos para o crescimento dos seus negócios. Dira André é membro da Cooperativa de Artesanato de Nampula, uma organização que, também, queixa-se da falta de financiamentos.

Enquanto isso, a Delegada do Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável (FNDS), em Nampula, Felicidade Muhocha, presente no Fórum de Negócios de Nampula e Mesa Redonda de Mulheres Empresarias, disse que “para o caso de Nampula, estamos com três projectos e todos eles a potenciar o desenvolvimento rural. O Fundo Nacional através do Banco Mundial tem trazido a solução para o financiamento de projectos, sobretudo no ramo agrícola e a linha de desenvolvimento de cadeia de valor, por exemplo nas culturas de gergelim, milho, soja e feijão. Na verdade, oferecemos insumos, assistência técnica e entre outras áreas, olhando as questões climáticas nos últimos tempos no país”.

De forma particular para projectos de mulheres, a delegada do FNDS explicou que “estamos neste momento com cerca de 60 mulheres financiadas entre produtoras e outras com iniciativas empreendedoras a nível da província de Nampula. Através do financiamento, elas podem adquirir tudo que precisam, desde os meios circulantes para o escoamento de produtos”. (Nelsa Momade)

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