Nampula (IKWELI) – O segundo vice-presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Fernando Mazanga, denuncia que o recenseamento eleitoral decorre em condições deploráveis no maior círculo eleitoral do país, Nampula, por conta da falta de meios para satisfazer o processo.
Mazanga esteve na província de Nampula em visita de monitoria ao processo, sendo que na manhã desta segunda-feira (22) falou a imprensa para denunciar que faltam meios de transporte, alimentação e a satisfação de outras necessidades que deveriam garantir o curso normal do processo.
“Nampula, o maior círculo eleitoral de Moçambique, vem perdendo a sua hegemonia por conta da diminuição dos assentos para a Assembleia da República, como resultado de atribuição de postos de recenseamento não proporcionais a sua densidade populacional”, anota Mazanga, que prossegue afirmando que “Nampula precisa ser bem recenseada para recuperar e manter a sua majestade de maior círculo eleitoral do país”
Por outro lado, esta fonte refere que “a fase do mapeamento é crucial para o aumento dos postos de recenseamento” por isso, “devido a défice de mapeamento dos postos de recenseamento no período de projeções, as metas que são atribuídas a Nampula não são realísticas, dai que encontramos que aparentemente estão a nível do planificado, mas muitos potenciais eleitores ficam sem serem recenseados e precisamos reverter este senário”.
A falta de recursos, também, afecta a CNE, por isso visitas de monitoria não são realizadas atempadamente. “Estamos aqui em cumprimento da Lei Eleitoral que nos outorga a responsabilidade de fazer supervisão do recenseamento e dos actos eleitorais, a nossa vinda tardia deriva de condicionalismo conjuntural que não permitiu que o fizéssemos em tempo útil. Também, a nossa vinda acaba sendo tipo visita médica, pois é uma visita temporal para confortamos os nossos colegas da província de Nampula e dos distritos da mesma província que passaram por um abalo sísmico e que já não é habitual nos dias de hoje, trabalhar sem receber”.
Ainda com essa falta de recursos, Mazanga mantem a fé de que “é preciso que o governo disponibilize meios e condições atempadamente, de modo que os trabalhos dos órgãos eleitorais decorram sem sobressaltos”, pois “foi doloroso constatar que colegas nossos da província e dos distritos percorrem longas distâncias sem a logística mínima para garantir o seu bom desempenho. Mais doloroso ainda foi ter constado que houve casos em que colegas dormiram nas viaturas em situações deploráveis com todas as consequências que dai advém”.
Por outro lado, o segundo vice-presidente da CNE anotou que a província, mesmo diante destas dificuldades, conseguiu recensear 90% do planificado até ao fia 21 do corrente mês de abril.
É outra preocupação de Mazanga uma reflexão sobre o momento que decorre o recenseamento eleitoral, pelo facto de as condições climatéricas não terem, de todo, facilitado o trabalho, porque “muitas vezes obstruíram a captação de energia solar para alimentar os mobiles de forma a funcionar ininterruptamente, também é preciso pensar como compensar as 7 brigadas no posto administrativo de Lúrio que aparentemente já não recebem os eleitores há mais de duas semanas por receio dos insurgentes”. (Nelsa Momade)