Nampula (IKWELI) – Definitivamente, está difícil a Universidade Lúrio (UniLúrio), na cidade de Nampula, estabelecer um ambiente de paz e concórdia entre os diferentes actores da instituição.
Estudantes e docentes têm vindo a denunciar má gestão naquela instituição de ensino superior pública. Das reivindicações constam o incumprimento das obrigações atinentes aos estágios, pagamento dos médicos estagiários, não realização de pesquisas sob tutela financeira da universidade, assédio sexual, corrupção, nepotismo, entre outros.
No mês passado, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Daniel Nivagara, desceu a Marrere, alegadamente para encontrar uma saída para o dilema que vive a instituição, mas debalde. Nada aconteceu e os estudantes anotam que o governante veio dar mais asas a reitoria para continuar a fazer das suas.
Na convocatória dirigida aos estudantes, pelo direcção do Núcleo dos Estudantes da UniLúrio, recordam-se os problemas que motivam a greve, respectivamente a “paralisação de aulas e estágios clínicos a cerca de 5 meses por alegada falta de pagamento dos tutores, deixando os estudantes a deriva e sem rumo algum; cobranças de propinas mensais sem que os estudantes tenha aulas no tempo correspondente aos pagamentos; multas exorbitantes e injustificadas; existência de várias disciplinas em atraso por falta de docentes para leccionar; Privação de pautas por parte dos docentes por falta de pagamento dos mesmos, e por outro lado, aliado a relatos e evidências a que o NEFCS teve acesso, que denunciam o apogeu da degradação da qualidade de ensino-aprendizagem nos cursos graduação, evidenciada pela falta de material para aulas práticas nos laboratórios e clínicas da faculdade; Fraco domínio e qualificação de docentes para a cadeira leccionada; Existência de planos analíticos em uso docente incompatíveis com o currículo do curso; Campos de estágios incompatíveis para certas actividades lectivas; Atraso e consequente encurtamento do tempo normal previsto para o decurso dos semestres influenciando negativamente na aquisição de conhecimentos, habilidades e competências requeridas para os estudantes, entre outras inquietações aqui não mencionadas”.
Posto isso, diante de inúmeras tentativas fracassadas junto das entidades académicas competentes para a resolução destes problemas crônicos, os estudantes convocam-se para a realização de uma greve nesta quinta-feira (4).
Segundo a convocatória, a marcha pacífica e ordeira iniciará “as 07:00 horas, sendo o ponto de partida na Faina (zona da clínica), em frente das instalações da UniLúrio Business School, com destino à Reitoria da Universidade Lúrio no campus de Marrere, em descontentamento e repúdio deste cenário, para o qual o NEFCS está disposto a fazer uso de todos os meios lícitos para salvaguardar os direitos e interesses dos estudantes. Para além de estudantes, são convidados todos docentes e funcionários da UniLúrio que se identificam com a causa dos estudantes, estudantes doutras faculdades da universidade e outros simpatizantes”.
Por fim, os estudantes recordam para que “não nos calemos diante do assassinato dos nossos sonhos”. (Redação)