Nampula (IKWELI) – A província mais populosa de Moçambique, Nampula, registou um total de 389 óbitos decorrentes da tuberculose dos mais de 14.063 casos notificados em 2023, deste número, 52% representa a forma mais infecciosa.
No ano anterior, 2022, a província de Nampula registou um total de 10573 casos, com 281 óbitos.
Os dados foram revelados na última segunda-feira (25), pelo director provincial da Saúde (DPS), de Nampula, Fernando Mitano, aquando do 42° aniversário do dia Mundial da Tuberculose celebrado no último domingo, sob o lema “Sim, Nós Podemos Acabar com a Tuberculose”.
Segundo Mitano, na luta contra a tuberculose, urge a necessidade de desenvolver um conjunto de esforços que possam permitir um diagnóstico precoce dos casos presuntivos não tratados.
“Pelo que devemos todos nós apoiar para a redução desta doença, através do nosso envolvimento e do nosso comprometimento na luta contra esta doença. O comprometimento político, comunitário, clínico para que de facto esta doença possa passar para a história”, afirmou.
A fonte sublinhou, ainda, ser dever de todos o encaminhamento dos doentes da tuberculose às unidades sanitárias, daí que apela a uma maior vigilância dos líderes comunitários nas suas comunidades.
“Logo que nós identificarmos que temos alguém na nossa comunidade que está com mais de duas semanas com tosse, devemos aconselhar para que esta pessoa se apresente as nossas unidades sanitárias. Queremos aqui reiterar que o tratamento é gratuito, não se paga nada, nós temos técnicos qualificados para detecção da tuberculose, temos igualmente medicamentos suficientes para o tratamento que leva seis meses. Não devemos ficar nas nossas casas, pensando que a unidade sanitária não tem medicamentos”, referiu.
António André, natural do distrito de Murrupula, na província de Nampula, é um dos exemplos práticos de que a tuberculose tem cura, pois no ano de 2023 foi diagnosticado com a doença. Na altura a notícia deixou-o sem “chão”.
No entanto, foi o tratamento feito a risca que salvou a sua vida. Hoje em dia, António tornou-se activista e procura sensibilizar mais pessoas a recorrerem as unidades sanitárias logo que a tosse lhes surgir.
“Quando descobri a doença, decidi seguir com o tratamento que leva seis meses. Mas eu fiquei curado em dois meses, isso porque eu estava decidido em me curar. Do distrito de onde eu venho há muitos casos de tuberculose e o que eu tenho feito é sensibilizar as pessoas para que que se façam ao hospital e nunca desistir do tratamento que é super importante para ter uma vida saudável”, sublinhou.
É fundamental realçar que a tuberculose é uma doença crónica que na maioria das vezes afecta os pulmões. E Moçambique comemora numa fase em que a tuberculose constitui um dos problemas de saúde pública, tendo em conta a sua ligação com o HIV e SIDA. Neste sentido, o Moçambique faz parte dos 22 países que contribui em 80% com a patologia, sendo considerado a região que tem registado maior número de óbitos. (Ângela da Fonseca)