Nampula (IKWELI) – Filomena Mutoropa é uma das mulheres com mais garra na política activa no norte de Moçambique, como também foi a primeira no país a atingir a direcção de um partido, sendo Secretária-Geral do Partido Humanitário de Moçambique (PAHUMO).
Ela já concorreu por mais de duas vezes para a presidência do conselho autárquico da cidade de Nampula, mas sem sucesso. Contudo o seu choro, em 2013, terá levado Mahamudo Amurane a presidência do conselho municipal da cidade de Nampula.
Ainda com esse invejável percurso, Mutoropa continua triste, porque entende que a participação de outras mulheres, de forma activa, nos processos eleitorais, é ainda muito fraca.
“O nascimento deste partido [PAHUMO] é igual a todas organizações políticas, mas, especificamente para poder ajudar as pessoas mais necessitadas, isso significa que por causa das diversidades do nosso país em termos de política nos obrigou que criássemos este partido para, pelo menos, ajudar as pessoas, sobretudo a mulher que desconhece o objetivo de criação de um partido”, disse Mutoropa, em entrevista exclusiva ao Ikweli, comentando que “elas [as mulheres] não sabem o que vão procurar nos partidos, por isso eu tenho sempre dificuldades de convencer porque a grande preocupação é se há ou não capulana e arroz”.
A fonte anotou que as mulheres devem virar a página e ter noção da importância de fazer parte activa na vida política do país para a melhoria das políticas que concorrem para o desenvolvimento sócio-económico da população. “Eu sinto que ainda temos fraca participação da mulher na política de forma activa, isso porque no fundo não há uma visão da importância de estar activamente a defender os interesses da população, enquanto membro de um partido”.
Filomena Mutoropa revelou que ficou muito triste nestes últimos pleitos eleitorais no país” cheguei a pensar que as mulheres não sabem o que querem porque não estão informadas e esse é dever dos líderes dos partidos criar mecanismos persuasivos e incutir na mulher a vantagem e importância de estar activamente na vida política”.
A nossa interlocutora apelou, no entanto, as mulheres a não deixarem apenas os homens a terem decisão da vida política do país encorajando-as a estarem nos partidos com convicção do que pretendem e não apenas seguir as caravanas sem saber da importância da mulher nos lugares de tomada de decisão sobre o andamento do país. (Nelsa Momade)