Nampula (KWELI) – O Centro Provincial de Mobilização e Recrutamento de Nampula (CPRM) diz ter ultrapassado as metas atribuídas para o recenseamento militar no corrente ano.
Eugénio Tiago, delegado do CPRM, anota que Nampula previa recensear 23.004 mancebos, tendo recenseado 31.058 jovens, o que corresponde a 135%, contra 38 mil do ano passado. Desse número, 21.629 foram homens e 9.429 mulheres.
Segundo explicou a fonte, com vista a alcançar aquilo que chamou de “fabulosas metas”, tinham sido montados, ao nível da província, um total de 122 postos fixos e 10 móveis.
“Conseguimos promover palestras e supervisão em alguns distritos, isso nos ajudou bastante para alcançarmos essa meta. Contamos igualmente com um grupo muito forte, que é o Conselho Provincial da Juventude, a massa juvenil está com eles e, com a mobilização desse grupo, tanto ao nível provincial, assim como ao nível dos distritos, conseguimos alcançar a meta e ultrapassá-la”, disse.
Apesar do resultado, Eugénio Tiago revelou que apenas o distrito de Meconta não atingiu a meta, visto que a previsão era de recensear 870 mancebos, tendo recenseado apenas 850, o que perfaz uma percentagem de 97.70%.
A fonte sublinhou que o incumprimento da meta deveu-se ao facto de ter havido movimentações de muitos jovens deslocados de volta para as suas zonas de origem, na província de Cabo delgado, como também questões ligadas as chuvas intensas registadas naquele período.
“[Meconta] Não conseguiu atingir a meta, mas também não está ficou muito longe. Uma das queixas é que em Meconta, concretamente no posto Administrativo de Namialo, houve muita movimentação de jovens que regressaram a Cabo delgado, e a outra justificação foram as chuvas que caíram”, explicou o delegado.
O Decreto n° 7/2010 que aprova o regulamento da Lei do Serviço Militar no seu artigo 10, indica que “o cidadão que não se apresente ao recenseamento militar no período previsto, deve regularizar a sua situação militar no Centro Provincial de Recrutamento e Mobilização (CPRM) a que pertence ou na missão diplomática ou consular da área de residência até 30 dias a contar da data limite do recenseamento”.
Por isso, o delegado fez saber que o processo de regularização de jovens que não conseguiram recensear-se durante o período previsto por vários motivos, pode ser feito até ao dia 31 do mês em curso.
Em entrevista ao Ikweli, Giselda Horácio disse te-ser recenseado em 2015, na província do Niassa, no âmbito de uma campanha que abrangeu a escola onde frequentava. No entanto, só no presente ano, quando pretendia tratar a sua declaração militar é que descobriu que o seu nome não estava inscrito no sistema.
“Por causa de trabalhar no mato, só agora é que consegui vir aqui. Apelo aos jovens para que aproveitem essa oportunidade, porque cá em Moçambique todos documentos são acompanhados com a declaração militar, quer para trabalho, carta de condução, qualquer instituição exige essa documentação”, comentou.
Leodécio Zacarias justificou não ter recenseado por falta de tempo, visto que o seu trabalho lhe ocupara o dia inteiro.
“Agradeço a oportunidade que foi dada a nós que não conseguimos recensear no período previsto. Achei que teria perdido, no momento fiquei arrependido por não ter feito e ontem (13), tive o conhecimento através de um amigo e hoje não quis perder. Um dos desafios que o país está a enfrentar é o terrorismo e precisa de jovens para ingressar nas fileiras para manter a integridade territorial”, disse a jovem.
O recenseador Ramos Amisse revelou que o processo decorre normalmente, visto que o centro tem recebido por dia mais de 50 pessoas que procuram regularizar a sua situação militar.
“Alguns não tinham conhecimento que o processo terminara no dia 28 de fevereiro, por essa razão optou-se por prolongar um pouco para todos aqueles jovens que necessitam tratar os seus documentos possam recensear-se e usufruir do direito deles”, disse este recenseador. (Ângela da Fonseca)
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