Nampula (IKWELI) – Os moradores do quarteirão 12, na unidade comunal Minicane, nos arredores da cidade de Nampula, acusam fantasmas de pessoas sepultadas no cemitério Colômua de estarem, na calada da noite, a violar sexualmente mulheres.
Segundo contam aqueles moradores do bairro de Muatala, este fenómeno não é novo e piora pelo facto de aquele cemitério familiar não dispor de um muro de vedação, tanto é que o problema até já foi apresentado às autoridades governamentais.
“Os fantasmas saem das campas e vão aterrorizar os vizinhos do cemitério nas noites”, conta Muller Lourenço, residente local, que assegura que “há pessoas que são tiradas a vida por esses fantasmas e outras até são obrigadas a manter relações sexuais”.
Lourenço explica ainda que “a partir das 19 horas ninguém passa nessa rua, por medo de cruzar-se com um fantasma. Temos vizinhos que trabalham de noite e alunos também, outras pessoas são obrigadas a dormir no seu local de trabalho e alunos devem passar na estrada, aqueles que não estão muito próximos do cemitério”.
“No mês passado, encontramos uma jovem por cima de uma campa, eram por aí 4 horas da manhã, na altura eu estava a caminho da paragem para subir chapa-100 para o mercado. Tive que chamar alguns vizinhos para me ajudarem a tirar o corpo da campa”, disse Beatriz Momade, que vive próximo ao cemitério do Colômua, recordando-se que “na semana, também, encontramos uma moça morta, mas a sangrar na vagina. Quando a levamos para o hospital, deram-nos a conhecer que a moça sofreu uma violação sexual. Fomos para um curandeiro, nos disseram que os fantasmas deste cemitério tiraram a moça da sua casa a dormir para o cemitério só para fazer relações com ela, acabou culminando com a morte, então nós estamos muito mal com esse cemitério”.
Para Diorelde Samuel, residente na mesma circunscrição, a construção de um muro de vedação pode ajudar a reduzir estas investidas dos fantasmas e, quiçá, devolver algum sossego aos moradores locais.
“Nós não saímos daqui porque não temos onde ir, é normal a dormir você ouvir a voz de alguém a te chamar e a pessoa se responder acaba seguindo a pessoa que estava a chamar, então não sabemos para onde podemos fugir, mas se construirem um muro, pelo menos, seria normal para nós”, lamenta a moradora Ancha Xavier Messias.
Isabel Mário conta que sua vizinha teria sido violada sexualmente por fantasmas numa noite, e a mesma viria a contar no dia seguinte que na noite em causa chorou porque “sentia dores na vagina, mas alguém estava a fazer relações sexuais sem saber quem era a pessoa, acabamos concluindo que eram fantasmas, não chegamos de levar para o hospital, só está a medicar medicamento tradicional, então esses estão a fazer estrago nesse bairro, o pior de tudo é de tirar a vida das pessoas”.
Valéria Paulo já teve visita de um fantasma e conta que “eu vi um fantasma no meu quarto, não sei como entrou, de repente tira minha roupa e comecei a sentir dores na minha vagina e comecei a sangrar, tentei chamar a minha vizinha para vir me ajudar não foi possível, assim as pernas estão a me doer, não consigo movimentar-me, isso aconteceu por volta das 23 horas”.
“Eu só ouvia alguém a me chamar do lado de fora, mas quando tentei espreitar pela janela não conseguia ver a pessoa, dizia que eu tinha que sair e ir na casa dele porque esta casa não me pertence, graças a Deus não me fez mal, quando notou que eu não estava a sair voltou a falar que eu poderia morrer em três dias”, conta Zainabo Fernando, outra vítima dos fantasmas do Colômua.
Como não há bela sem senão, os malfeitores, também, aproveitam-se da situação e fazem das suas, tal como referiu o morador Lucas Carlindo.
Esta fonte disse que um malfeitor teria lutado com fantasma numa noite, chegando a perder a vida.
“No mês de dezembro do ano passado, quando estava a ser feita limpeza geral nesse cemitério, encontramos algumas armas brancas em cima das campas”, disse esta fonte, citando que eram armas do tipo “catana, machado, serrote, alicates, facas e lâminas”.
A secretária do quarteirão 12, Filomena Hermínio, confirmou as actividades paranormais protagonizadas por fantasmas naquela circunscrição, como também “este cemitério é um ponto de fuga de criminosos, quando anoitece assobiam de ponta para ponta, então agressões é frequente nesse bairro”. (Virgínia Emília)