Nampula (IKWELI) – Uma cidadã, residente no bairro de Muhala Expansão, nos arredores da cidade de Nampula, é apontada, pela sua vizinhança, de ter espancado até a morte a sua própria irmã, de 8 anos de idade.
Contam os vizinhos da família na unidade comunal 25 de Junho, também, conhecido por Aviário, que a vítima era maltratada constantemente pela irmã e pelo cunhado.
“Quando ontem eu cheguei da igreja, recebi uma notícia dizendo que na casa vizinha aconteceu um acidente, quando aproximei para saber a situação a dona de casa me ocultou a verdade, dizendo que nada aconteceu, mas quando sai da casa em direção ao mercado onde ia fazer minhas compras para jantar ouvi que na zona alguém matou sua irmã e escondeu dentro e foi descoberto depois de três dias”, conta a senhora Joana Cândido, afirmando que a autora, após espancar gravemente a irmã, negou-lhe cuidados médicos, fechando-a dentro de casa.
“A criança morreu porque a senhora não a quis levar ao hospital, depois de a ter batido muito”, afirma Maria Lopes, que vive próximo ao local.
A situação tomou um rumo ainda mais preocupante quando na terça-feira da semana passada, a irmã da vítima acompanhada pelo seu amante, levou o corpo da menor para um lugar desconhecido. A comunidade só teve conhecimento do falecimento da menor após as autoridades locais e a população se dirigirem a residência da indicada, onde a agressora acabou por confirmar o óbito da sua irmã.
“O plano deles era enterrar o corpo sem ninguém se aperceber, depois a pessoa que tinha sido pedido ajuda ficou com medo e acabou divulgando e todo mundo veio a saber”, avançou Guilherme Silvestre, outro morador próximo.
Uma das testemunhas que preferiu ocultar a sua identidade, disse que o marido arranjou um carro para levar o corpo e enterrar sem ninguém se aperceber. A fonte expressou, igualmente, a sua a preocupação com o silêncio das autoridades policiais da 2a Esquadra da cidade de Nampula, que mesmo cientes da situação macabra que a senhora levou a cabo não se pronunciaram sobre o caso.
“A criança faleceu, nós tomámos conhecimento ontem no final do dia, assim procuramos as autoridades. Estiveram aqui os secretários do bairro, a polícia comunitária e apanhamos o marido da senhora e levámos a polícia. O que me deixou mais indignada é pelo facto de a polícia, mesmo sabendo que o criminoso foi confesso, dizia que temos que ser nós a carregarmos para a 2ª Esquadra, tudo bem, não negamos, porque queríamos a justiça, levamos para lá, por sua vez a própria polícia disse que tínhamos que levar o caso nós mesmo para a liga [Departamento de Atendimento a Família e Criança Vítimas de Violência]. Nesse local a pessoa conivente no acto foi solta e foi-lhe entregue uma notificação para entregar a sua amante, o que quanto a nós não tinha que ser assim, seria a própria polícia a fazer busca e captura daquela criminosa”, disse esta moradora. (Malito João)