Nampula (IKWELI) – A presidente do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Riscos e Desastres (INGD), Luiza Meque, orientou está quinta-feira (29 de fevereiro) uma sessão do Comitê Operativo de Emergência (COE), para discutir com parceiros e Governo provincial as estrategistas de assistência humanitária aos pouco mais de 33 mil deslocados dos recentes ataques terroristas no distrito de Chiúre, província de Cabo Delgado, acolhidos no distrito de Eráti, em Nampula.
Na referida sessão, vários parceiros, dentre públicos e privados, intervieram, avançando as suas ideias, capacidades e disponibilidade para o provimento de ajuda aos deslocados.
A Polícia da República de Moçambique (PRM), representado por Gilberto Ínguane, director da Ordem e Segurança no comando provincial de Nampula, garantiu que a corporação está disponível para garantir segurança durante o processo de distribuição de ajuda humanitária para os deslocados.
“As condições de segurança estão criadas, podem trabalhar, avancem e convidem também quem tiver interesse em apoiar a nossa população deslocada”, garantiu Ínguane.
A prontidão da polícia, segundo o director da Ordem, tem em conta uma possível existência de alguém entre os deslocados que venha se envolver em algum acto criminal, pois “com este aglomerado de pessoas, por conta da situação, pode estar um e outro com agendas diferenciadas que venham a se envolver em situações criminais, podemos ter no acampamento ou no próprio distrito, estamos cientes e a trabalhar nesse sentido. Há uma actividade em coordenação com o centro das operações terroristas lá para garantir que quando as condições estiverem criadas essa informação seja partilhada oficialmente para o conhecimento e domínio de todos para que a população possa regressar às sua zonas de origem e desenvolver as suas vidas e desenvolver”.
Na mesma sessão, os parceiros do governo garantiram estar já no terreno a prover apoios, apesar da morosidade que tem sido propalada pelas vítimas.
O representaste do Programa Mundial de Alimentação em Nampula (PMA), Antônio Rafael, afirmou que a sua instituição já está a prestar assistência humanitária, e que na última quinta-feira dobrou o número da equipa que trabalha no terreno no sentido de acelerar a distribuição.
A Organização Internacional das Migrações, por via do seu representante na reunião, disse estar a trabalhar no apoio psicossocial e que coordena com o sector de saúde a montagem de brigadas móveis de saúde a partir da próxima semana.
Luísa Meque chama atenção para que as ajudas não se centrem apenas na distribuição de comida
A presidente do INGD apelou aos parceiros humanitários para que as ajudas que estão a ser destinadas aos deslocados não sejam só em bens alimentares, mas também noutras componentes como saúde, devido aos aglomerados que estão a propiciar o surgimento de doenças como diarreias e conjuntivites.
“É verdade que não temos o horizonte temporal da permanência destas pessoas nos centros, mas temos que ter uma baliza em termos de período que devemos prestar assistência principalmente na questão de saúde, saneamento, abrigo. Temos casos que nós estamos a constatar de conjuntivites e diarreias”
Em resposta, a directora dos Serviços Provinciais de Saúde de Nampula, Munira Abduo, disse que já foi feito o pré-posicionamento de medicamentos e falou da necessidade de aquisição de tendas para garantir o isolamento de pacientes com conjuntivite, devido ao seu rápido contágio.
Munira disse, também, que o sector trabalha com parceiros na componente de água, uma vez que há défice daquele precioso líquido na região. E na componente nutrição por causa dos registos de malnutrição em algumas crianças, para além de estar a fazer a mobilização de técnicos para o apoio psicossocial.
Importante referir que chegaram á Eráti, fugindo dos recentes ataques terroristas em Cabo Delgado, cerca de pouco mais de 33 mil deslocados dos quais 11 mil são rapazes e 10 mil são raparigas. Há, também, um número significativo de adultos e idosos. (Adina Sualehe)