Nampula (IKWELI) – Os bairros periféricos da cidade de Nampula, no norte de Moçambique, enfrentam o fenómeno da erosão de forma severa, havendo zonas, sobretudo as de expansão e parte dos bairros mais antigos, que não são transitáveis.
Alguns moradores são obrigados a deixar as suas viaturas a distâncias enormes para as suas residências, por conta da degradação e erosão que consome as vias de acesso.
Os bairros de Marrere Expansão, Murrapaniua, Muhala Expansão, Muahivire Expansão, Napipine, Natikiri e Mutauanha são exemplos desses pontos em que a erosão tomou conta de tudo.
Este fenómeno agudiza-se com as chuvas e na presente época, a situação ficou ainda mais complicada.
A reportagem do Ikweli visitou o bairro de Murrapaniua, na periferia da urbe, e o cenário que encontrou é desolador.
Por exemplo, nesse bairro, chegar a unidade comunal de Terrene C tornou-se quase que impossível, incluindo a pé, porque a erosão está a abrir crateras enormes.
Os residentes de Terrene C tem a sua mobilidade comprometida e chegar ao mercado do Waresta, tornou-se um martírio.
“Quando chove, a situação provocada pelas águas não é das melhores, porque a corrente das águas ameaça demolir até às residências. Aqui estamos a passar muito mal, isso piora muito quando chove”, disse Maurício Dinis, que vive em Terrene C.
Ainda em Terrene C, entrevistamos a senhora Yura Aurélio, a qual disse que para chegar ao seu local de serviço, que fica no centro da cidade de Nampula, deve caminhar por algumas horas, o que a obriga a acordar ainda mais cedo.
“Eu sempre chego atrasada no serviço, porque o homem de táxi que vinha me buscar agora já não aceita descer até aqui na baixa, devido a degradação desta nossa via de acesso, isso nos faz sofrer muito, para quem sai do mercado do Waresta se tentar passar aqui em Terrene, muito mais se for em tempo chuvoso, pode pensar que é um riacho, enquanto é a erosão que tomou conta desta unidade comunal”.
O mesmo sentimento é partilhado pelo jovem Tácio Manuel, que lidera uma equipa desportiva local, o qual fez saber ao Ikweli que “o campo que a gente usava para diversão que está perto da escola Secundária de Terrene está todo ele estragado e não tem cura por causa desta mesma erosão”. (Malito João)