Nampula (IKWELI) – Cerca de 250 alunos, todos deslocados em consequência do terrorismo que fustiga a província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, entraram para o presente ano lectivo desprovidos de documentação de identificação na escola primária de Nihire, a 40 quilómetros da vila de Mecuburi, na província do Niassa.
Relatos de pais e encarregados de educação referem que a documentação desapareceu durante a fuga para regiões seguras para uns e noutros casos há negligência na aquisição dos mesmos.
Joaquim Januário, representante dos deslocados de Cabo Delgado na comunidade de reassentamento de Nihire, em Mecubúri, pede que as autoridades locais criem condições para a solução do problema.
O administrador do distrito de Mecubúri, Orlando Muaevano, esclareceu, a comunicação social, que o assunto de documentação das crianças deslocadas é sensível e está a ser analisado a nível local de modo a que não haja duplicação de registo das crianças.
A inquietação foi manifestada no acto do lançamento da primeira pedra para a construção de duas salas de aula e 1 bloco administrativo na escola primária de Nihire, um estabelecimento anexo da escola primária completa de Macassa que dista pouco mais de 12 km.
Segundo informação avançada no acto de lançamento, a obra deverá durar sessenta dias e espera-se que o empreiteiro cumpra com os prazos.
Para além de lançamento da primeira pedra, foram, igualmente, distribuídos kits compostos por uniforme e material escolar.
Orlando Muaevano, administrador do distrito, pede a população para continuar a levar os seus filhos a escola, de modo a garantir mais financiamento.
Em Mecubúri, os deslocados de cabo Delgado estão reassentados na comunidade de Nihire, na vila sede e no posto administrativo de Namina.
São estes três pontos do distrito que acolhem pouco mais de 400 agregados familiares oriundos de Cabo Delgado devido ao terrorismo e que beneficiam de apoio humanitário, através do projecto Mecubúri- Porto Alegre, uma iniciativa da Associação Defesa e Património de Mértola, com o financiamento do Instituto Camões e da Cooperação Portuguesa.
Com o desembolso, este ano, de pouco mais de vinte e seis mil euros, o correspondente a pouco mais de um milhão e oitocentos mil meticais, espera-se que as crianças tenham uma escola condigna e equipamento escolar adequado.
Neste momento e enquanto durar a obra de construção de salas mistas, os pouco mais de duzentos alunos de Nihire, que frequentam a 1ª e 2ª classes vão continuar a estudar juntos na mesma turma num alpendre provisório feito na base de pau a pique e assistidos por um único professor. (Redação)