Mão-de-obra infantil em Nampula: Criança de 15 anos é violentada por guineenses

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Nampula (IKWELI) – Um menor de 15 anos de idade, residente no bairro de Muatala, nos arredores da cidade de Nampula, denuncia um casal de estrangeiros, de nacionalidade guineense, de o ter violentado pelo período de 7 dias, assim como de o ter explorado em trabalhos domésticos.

Natural do distrito de Monapo, a vítima veio parar na cidade de Nampula a convite do seu irmão, a fim de procurar melhores condições, mas quis o azar que fosse parar nas mãos de indivíduos com gosto em violar os direitos da criança.

Cansado das torturas do casal, o menor recorreu a uma subunidade policial, onde procura ver ressarcidos os danos que nele foram causados.

“Sou natural do distrito de Monapo e os meus pais são camponeses, cheguei a cidade de Nampula ao encontro do meu irmão mais velho e com perspetivas de conseguir um trabalho doméstico para, pelo menos, ajudar-me na alimentação”, começa por situar o menor, avançando que “depois fui solicitada na casa do casal estrangeiro para começar a realizar as actividades domésticas, como lavar roupa, pratos e carretar água e que teria um subsídio mensal no valor de 550,00Mt (quinhentos e cinquenta meticais)”.

Esta fonte conta ainda que “eu não era o único trabalhador doméstico e existe uma menina de 7 anos de idade que também exerce trabalhos domésticos, depois de três dias do meu trabalho, a senhora dona de casa já vinha batendo esta menina e sem perceber as causas e sempre que quando tentava impedir já o problema era comigo e sempre sofria muito com os insultos daquela senhora e por vezes chamava-me de ser malcriado e falso”.

No entanto, acrescentou que “este sábado [3 de fevereiro] quando eram por ai 12 horas, esta senhora não queria saber sobre o meu descaso, mesmo sabendo que as actividades de casa já tinham sido realizadas, então quando estava sentada no mesmo quintal foi quando começou a bater-me, criou feridas quase todo o meu corpo e obrigou-me a entrar e fechar-me num quarto onde dormiam os filhos dela para que os vizinhos não escutassem os gritos, mas, mesmo assim, ainda continuei a pedir socorro e houve intervenção dos vizinhos e outras pessoas que fizeram chegar o caso a polícia”.

Cansado dos maus tratos e recordando-se de ter abandonado a 3ª classe que frequentava em Monapo, o menor desabafa que “já sofri muito e para além desta menina que ainda vive na casa dessa senhora estrangeira, desde a altura que comecei por passar por estas situações o meu maior desejo era manter comunicação com os meus pais e encarregados de educação para comunicá-los pelas coisas que passava diariamente vivendo com aquela família e porque sempre reportava o meu irmão que deixou naquela casa que era para trazer a solução do problema e nada se resolvia”.

O irmão da vítima confirma que ele sempre o reportou sobre os maus tratos. “Nalgumas vezes ele comunicava-me sobre as coisas negativas que este casal, sobretudo a mulher, fazia e eu nunca levava com maior consideração, mas desta vez o problema agravou e é do conhecimento das autoridades policiais”.

Os indiciados negam as acusações que pesam sobre eles, mas o menor está todo cheio de feridas no corpo.

Benua Fernando, activista dos direitos humanos em Nampula, foi quem tomou a dianteira para levar este caso a polícia.

“Quando estava a passar no bairro de Muatala, vi pessoas a lamentarem porque ouviam gritos de socorro de um menino que estava sendo vítima de violência. Como cidadã e mãe aproximei-me à residência onde acontecia este acto com intuito de inteirar-me do assunto e foi possível tomar o conhecimento que um menor era frequentemente violentado, portanto, como activista tentei impedir e consciencializar aquela senhora e junto do seu marido o que e não foi possível e dai recorri à denúncia as autoridades”, concluiu esta fonte. (Nelsa Momade)

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