Nampula (IKWELI) – O comércio informal de hortícolas na cidade de Nampula, no norte de Moçambique, tem sido caracterizado por ambiente em que a higiene individual e colectiva dos praticantes é degradante.
A água utilizada para higienizar as hortícolas e outros legumes é de origem duvidosa, sempre havendo receio sobre a sua qualidade para o consumo humano, uma situação que pode constituir perigo para a saúde pública.
Os mercados de Waresta e da Memória, assim como os pontos próximos ao centro de saúde de Muhala Expansão, estação dos CFM, padaria Nampula, entre outros, são exemplo de como as hortícolas são vendidas sem a observância das medidas de higiene individual e colectiva.
Os comerciantes, sobretudo mulheres, reconhecem que vendem em condições de higiene lastimáveis. “Nós vendemos nestas condições difíceis porque não temos outras alternativas, estamos preocupados com o lixo e as condições em que os mercados se encontram porque as moscas pousam sobre os nossos produtos e consumidos a pessoa pode contaminar-se com doenças como diarreias, cólera e malária”, comenta a vendedeira Anastácia Moreira, a qual diz que tem a sua sobrevivência garantida com o negócio de hortícolas que pratica.
A dona Anastácia comercializa alface, espinafre, couve, tomate e feijão verde, por isso considera que todos os envolvidos nesta cadeia de valores deviam colaborar para garantir higiene dos produtos que vendem, mas também diz haver necessidade de os mercados serem equipados com condições para a higienização de hortícolas.
A senhora Rita José comenta que o perigo não é somente para os consumidores, mas também para os que comercializam aqueles produtos.
“Se estivéssemos nas bancas e o lixo fosse recolhido com regularidade, não teríamos queixas a respeito da falta de higiene nos mercados, pedimos a quem de direito a intervenção para o combate deste mal”, comenta a vendedeira Madalena Rafael, que diz que assegura as suas contas com a venda de hortícolas.
Os compradores caracterizam a situação como sendo crítica, tal como referiu Alfredo Amade, no mercado da Memória, também conhecido por mercado Anchilo. “A situação de todo o mercado é crítica, sobretudo quando cai a chuva. As mulheres que se dedicam a venda de hortícolas são provenientes do posto administrativo de Anchilo, e as mesmas praticam as suas actividades em condições difíceis de higiene porque não tem bancas ou mesmo local suficiente o que tem estado a ajudar nas suas necessidades diárias”.
Esta situação é, também, preocupação dos Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social (SDSMA) de Nampula, e o director Manuel Eduardo garante que há esforços, em colaboração com parceiros, para ultrapassar a situação.
“Uma vez que os comerciantes vendem em condições precárias de higiene e saneamento do meio pode ser a origem de doenças de origem hídrica, no entanto, como saúde, os trabalhos para reduzir as doenças de origem hídricas são um pouco difíceis, mas, ainda assim, sempre existem actividades levados a cabo para combater a problemática, tanto na época chuvosa assim na seca”, garantiu a fonte. (Nelsa Momade)