Para “queimar” os últimos cartuchos: Vahanle “is back”

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Nampula (IKWELI) – O autarca da cidade de Nampula, Paulo Vahanle, que viu os seus direitos, recentemente suspensos, repostos e já está a colocar a mão na massa.

A cidade de Nampula, maior autarquia do norte de Moçambique, encontra-se infestada de lixo, o que faz com que os receios sobre o alastramento de doenças de origem hídrica se acentuem.

Oficialmente, o Tribunal Judicial da província de Nampula aceitou o recurso de Vahanle de ver a medida de suspensão de determinados direitos anulada a 12 de Janeiro corrente, mas mesmo assim o edil continuou na sua, assistindo munícipes a disputar ruas e passeios com o lixo.

Na manhã desta quarta-feira (24), finalmente Vahanle carregou os seus e começaram a atacar o lixo, sendo que o primeiro ponto foi a rua que liga as avenidas Eduardo Mondlane e FPLM, no conhecido pavê dos 4 caminhos.

Tal como a maioria das ruas da cidade, esta rua também estava, praticamente, bloqueada pelo lixo.

“Antes de mais nada peço minhas sinceras desculpas pelos transtornos que causamos a cidade de Nampula, mas realmente há uma decisão do tribunal em que dizia que Paulo Vahanle não deveria exercer as suas funções devido a uma suspensão de quatro meses, tudo devido a situação das eleições que o país estava  a enfrentar, onde tivemos manifestações sob orientações do partido ao nível central, que realizamos de forma condigna, mas ao longo do tempo constatamos algumas irregularidade que eram cometidas pela polícia que são as matanças, prisões arbitrárias e mais outro males que surgiram  como forma de intimidar a nossa população, por isso que nós tomamos aquela posição que termos material de resistência Nacional Moçambicana que era azagaia, e foi esse motivo que influenciou a não retirada do lixo”, começou por dizer Vahanle.

Num outro comentário, a fonte asseverou que “remover o lixo significa envolver meios circulantes, combustível, pessoas e todos esses elementos necessários exigem dinheiro e por causa dessa interdição não era possível emitir-se o cheque e não era possível organizar a cidade, e pouco a pouco a cidade ficou inundada de lixo em todo canto, e dias atrás recebemos um recurso que havíamos remetido sobre a decisão junto ao tribunal da província de Nampula”.

Paulo Vahanle fez saber que depois de toda confusão do lixo por toda a cidade de Nampula foi emitido um despacho pelo tribunal dando conta que “o presidente e os seus assessores jurídicos entenderam mal o nosso posicionamento, o Paulo Vahanle deve exercer as actividades políticas durante os quatros meses e não tem direito a manifestações junto do seu eleitorado, mas área de governação municipal não está impedida, tratando-se de uma pessoa já eleita pelo sufrágio universal e não compete daqui para aqui o tribunal tomar esta decisão, mas nós achamos isso ser ridículo e vocês jornalistas viram o documento inicial, viram o que que tinha sido decidido, mas deviam dito isso antes com clareza”.

Depois da deliberação do tribunal, Vahanle disse que saiu da sua machamba a correr para vir remover lixo. “Então, estamos aqui hoje, mobilizamos os nossos equipamentos que adquirimos durante o nosso mandato, não há nenhum carro alugado, e assim vamos iniciar com a remoção do lixo em toda cidade por essa razão que estamos aqui, ontem iniciamos na avenida de Trabalho e vamos dar continuidade até o término”.

Paulo Vahanle disse ainda que continua notório a falta de separação de poderes entre a FRELIMO e instituições do Estado, por isso tinha sido interdito de exercer as suas actividades.

“Tudo é aquilo que nós temos reclamado. Há falta de separação de poderes, as instituições de justiça são subordinadas ao partido FRELIMO, ao governo da FRELIMO e como não há essa separação de poderes é isso que Vahanle foi suspenso por um trabalho político, porque os políticos do outro lado achavam que em desvantagem naquilo que era as nossas actividades em relação as manifestações”, comentou ainda o autarca que a 7 de Fevereiro próximo deverá entregar o município. (Malito João)

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