Nampula (IKWELI) – O lançamento, em Outubro de 2023, da primeira pedra para a asfaltagem da estrada nacional 104, que liga a vila de Nametil (Mogovolas) e a cidade de Angoche, a sul da província de Nampula, tinha relançado esperança nos utentes e nos residentes daquela região, mas a demora no início da execução das obras começa a ficar preocupante para os mesmos.
Entrevistados pelo Ikweli, os utentes contam que estão a viver um autêntico martírio quando se fazem aquela via.
Delfim Manuel conta que os mais de 100 quilómetros entre a vila de Nametil e a cidade de Angoche podem ser percorridos em até 5h, o que torna fatigante e frustrante para as pessoas que têm suas agendas imediatas.
“Viajar de Nametil para o distrito de Angoche é uma tortuna, ora vejamos antigamente eu levava 2 horas, mas agora pode levar mais de quatro horas de tempo, e quando tudo correr bem a pessoa chegar ao destino corre o risco de ir directo ao centro de saúde para marcar uma consulta, porque a pessoa chega com todo o corpo a doer”, disse Chico Anselmo Cawereia, residente do distrito de Angoche.
Outra preocupação dos utentes tem a ver com algumas infra-estruturas ao longo da estrada que correm o risco de ruir, sobretudo a ponte sobre o rio Nanhupo, assim como a já destruída sobre o rio Luazi.
Mesmo sem as máquinas começarem a roncar, alguns utentes continuam esperançosos, pois começam a notar a mobilização de equipamentos para as obras.
“Para quem passou recentemente saindo de Nametil para Angoche pode ver na estrada mesmo que já foi construído um estaleiro, sinal de que o trabalho da construção da estrada está prestes a iniciar, isso nos motiva muito que um dia o sofrimento vai ficar para história, o que precisamos é ter paciência”, comenta o utente Izidine Suleimane.
Entretanto, Mateus Espírito Santo, delegado da Administração Nacional de Estrada (ANE), em Nampula, assegurou que os trabalhos iniciais para a manutenção daquele troço da EN 104 poderão arrancar brevemente. “Segundo o contrato, as obras deveriam iniciar em Novembro de 2023, como as actividades tem fases, neste momento estão na de mobilização, como a construção do estaleiro e acampamentos, entre outras questões”, explicou esta fonte. (Malito João)